Reprodução/X

Após operação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro divulgou nota na qual chama o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ditador. No texto, Eduardo ainda afirma que, “na prática, Moraes está tentando criminalizar Trump e o próprio governo americano”, disse.

Veja imagens da operação contra Bolsonaro:

Nesta sexta, Moraes determinou medidas cautelares a Jair Bolsonaro por coação, obstrução e atentado à soberania nacional. Ao STF, a Polícia Federal apontou que Bolsonaro, e o filho, Eduardo Bolsonaro, vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro, em razão de suposta perseguição no âmbito da AP 2668, na qual Bolsonaro pai é réu.

A PF apontou, em ação protocolada em 11 de julho, que ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte”.

Ao analisar o caso, Moraes disse que há indícios de que tanto Bolsonaro quanto o filho têm praticado “atos ilícitos que podem configurar, em tese, os crimes art. 344 do Código Penal (coação no curso do processo), art. 2º, §1º da Lei 12.850/13 (obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa) e art. 359-L do Código Penal (abolição violenta do Estado Democrático de Direito)”.

Nota de Eduardo

Dos EUA, o filho de Bolsonaro divulgou nota a qual ele assina como “deputado federal em exílio”. Veja na íntegra o texto em português. Eduardo também o publicou em inglês na rede X:

“Recebi com tristeza, mas sem surpresa, a notícia da invasão da Polícia Federal à casa do meu pai nesta manhã. Há tempos denunciamos as ações do ditador Alexandre de Moraes — hoje, escancaradamente convertido em um gangster de toga, que usa o Supremo como arma pessoal para perseguições políticas. Mais uma vez, ele confirma tudo o que vínhamos alertando.

Não bastasse ordenar censura e medidas de coerção contra o maior líder político do Brasil — alguém que nunca se furtou a cumprir decisões judiciais e sempre participou do processo legal —, a decisão desta vez se apoia num delírio ainda mais grave: acusações construídas com base em ações legítimas do governo dos Estados Unidos, iniciadas logo após o anúncio das tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.

Na prática, Alexandre de Moraes está tentando criminalizar Trump e o próprio governo americano. Como é impotente diante deles, decidiu fazer do meu pai um refém. Com isso, além de atacar a democracia brasileira, ele ainda deteriora irresponsavelmente as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos — um ato de sabotagem institucional de consequências imprevisíveis.

Alexandre precisa entender que suas ações intimidatórias não têm mais efeito. Não vamos parar. Silenciar meu pai não vai calar o Brasil. Eu e milhões de brasileiros seguiremos falando por ele — cada vez mais firmes, mais conscientes e mais determinados — até que a nossa voz seja ensurdecedora.

Com informações de CNN Brasil.

Artigo anteriorRedes sociais foram provas fundamentais para medidas contra Bolsonaro
Próximo artigoPolícia do Pará prende dupla suspeita por morte de professor do Maranhão