Fotos: Marcus Bessa/DPE-AM
Visando promover conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e os tipos de violência que assolam as mulheres, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), realizou ao longo desta semana atividades para adolescentes das escolas públicas da capital. A iniciativa educativa, chamada de “Defensoras e Defensores das Marias”, faz parte das ações da “Operação Shamar”, que tem por objetivo a promoção e defesa dos direitos das mulheres e o combate à violência de gênero. 
Nesta quinta-feira (22), alunos da Escola Estadual Myrthes Marques Trigueiro, Zona Leste de Manaus, receberam a visita da equipe do Nudem, que abordou temas como aspectos psicossociais vinculados a relacionamentos abusivos e violentos. Conforme a defensora pública Carolina Carvalho, coordenadora do Nudem, os encontros são ferramentas de auxílio na conscientização em relação à pauta. 
“Nossa ideia é trazer conhecimento como forma de prevenir nossos jovens de hoje, eles são o futuro da nossa humanidade. Então, o papel do Nudem é trabalhar para que possamos prevenir todos os tipos de violência contra a mulher. Trazemos conhecimento para esses jovens e os convidamos a se unir conosco nessa aliança do bem, para que possamos dar a nossa contribuição”, diz a defensora.  
A psicóloga do núcleo, Shintia Mar, considera que o trabalho de educação em direitos com as crianças e o adolescente tem sido fundamental. “Neste mês, que é o mês do ativismo, do Agosto Lilás, estar na sala de aula e discutindo sobre mitos e verdades, sobre a violência doméstica, tem sido enriquecedor, pois nós estamos lidando com desconstrução de pensamento e, nessa fase peculiar do desenvolvimento, entendemos que é muito importante atuar, pois é mais efetivo a construção de uma nova cultura de paz e de combate à violência contra a mulher, contra meninas e mulheres, que é uma grande problemática que o nosso País enfrenta”, ressalta.
Durante a atividade, a estudante do 8º ano do ensino médio Karliane Ketlen, 14, que testemunhou caso de violência doméstica, destacou a importância da visita e das dinâmicas realizadas pela equipe DPE-AM.  
“Eu acompanhei um caso bem de perto sobre isso e muito cedo pude ver que essas situações realmente ocorrem. Só que há pessoas, principalmente, meninos e homens, que falam que isso é mentira, que não acompanham o caso de perto e até falam que é porque a mulher gosta de estar ali naquela situação. Eu acredito que, toda vez que isso que acontece, as mães que são vítimas. Os meninos não são educados sobre isso e no futuro eles acabam se tornando homens agressores, que não respeitam os direitos das mulheres e não olham para elas com os olhos que devem ser olhados. Acredito que essas atividades nos ajudam a mudar esse olhar de violência desde cedo”, disse. 
Para o aluno Guilherme Aguiar, também do 8º ano do ensino médio, o encontro foi esclarecedor. “Eu acho que essa palestra foi bem importante porque tem alguns fatos que elas explicaram que eu sabia bem pouco. Aí, me informaram bem mais sobre isso para eu no futuro não cometer esses erros. Foi muito importante para mim e eu acho que vai ser importante para vários estudantes daqui. Eu prestei bastante atenção e temos que aproveitar a chance de aprender”, disse.
Programação na capital e interior 
De acordo com a equipe do Nudem, as visitas na capital alcançaram cerca de 200 alunos, com rodas de conversas, dinâmicas e as palestras. Além de Manaus, os municípios de Tabatinga, Tefé e Manicoré também terão programação semelhante nos dias 22, 23 e 30 de agosto.  
O tema abordado de forma lúdica e criativa quanto à prevenção da violência nas relações afetivas e do combate ao machismo e discriminação às mulheres deve chegar, a pelo menos, mil alunos das escolas da rede pública de ensino. 
A agenda integra as ações da Operação Shamar, uma campanha nacional articulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e com o apoio do Ministério da Mulher (MM) lançada no início de agosto no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.  A atividade também faz alusão ao aniversário da Lei Maria da Penha e ao “Agosto Lilás”, mês dedicado ao combate à violência contra as mulheres. 
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