Em seu discurso na sessão da terça-feira (28/8), o vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (Comsau), vereador Dr. Ewerton Wanderley (PHS), lamentou o alto índice de pessoas vítimas de acidente de trânsito na capital amazonense, principalmente motociclistas.
Os dados apresentados pelo vereador indicam uma prevalência dos acidentes com motos: mais de 60% das vitimas de acidentes de trânsito, em Manaus no ano de 2017, estavam pilotando ou de carona numa moto. Uma situação que já havia sido percebida pelo parlamentar nas ruas da capital e também durante os atendimentos médicos que realiza.
“O mais lamentável de tudo isso, é que a maioria não está usando capacetes. Nos municípios do interior do Estado percebo que o não uso do capacete é algo cultural, o acaba agravando ainda mais as consequências do acidente para o motociclista, que acaba sendo transferido para as unidades de saúde da capital”, lamentou.
Segundo Dr. Ewerton, o levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (Susan) aponta que 66,1% das vítimas de acidentes de trânsito socorridas em 2017 nos pronto-socorro e Serviços de Pronto Atendimento (SPA) de Manaus, se envolveram em ocorrências com motocicletas. No ano passado, as unidades da rede estadual na capital atenderam 18.695 vítimas de acidentes de trânsito. Deste total, 12.371 (61,1%) participaram de acidentes com moto.
O parlamentar apresentou dados do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), indicando que em 2017, foram registradas, em Manaus, 107 mortes de pessoas envolvidas em acidentes com motos. No interior, foram registradas 32 mortes.
“Esse número é alarmante, faço um chamado a sociedade, porque como dizemos na área de saúde, é melhor prevenir do que remediar, e nos sabemos muito bem das deficiências do sistema único de saúde, atualmente”, ressaltou Dr. Ewerton, que também lamentou a falta de leitos na rede pública de saúde para atender o grande número de pacientes, vítimas de acidente de trânsito.
Segundo o vereador do PHS, que é médico, em consequência da carência de leitos nos hospitais e pronto socorros públicos de Manaus, o paciente que é vitima de acidente de trânsito, em especial, em moto, quando chega a unidade hospitalar passa por cirurgia e permanece, em média, entre cinco e dez dias internado. Esse tempo, afirma Dr. Ewerton, acaba reduzindo ainda mais a capacidade de atendimento de outros pacientes e aumenta o risco de infecção hospitalar do acidentado.
Diante de todos esses fatores decorrentes dos acidentes de trânsito, o parlamentar defendeu uma mudança de cultura por parte da população. “Devemos nos policiar quanto às varias culturas errôneas, como a dos pais deixarem de vacinar os filhos, com medo dos efeitos colaterais, e a de não usar capacete, para confrontar a autoridade policial, que coloca em risco a vida do motociclista e do seu passageiro e traz consequências para toda a família”, conclui Dr. Ewerton.










