Eduardo Bolsonaro conta no livro que está lançando sobre o pai, “Jair Bolsonaro: o fenômeno ignorado”, que o presidente desconfiava dos filhos quando tentava se reeleger deputado federal. A suspeita, segundo o deputado, ocorreu ao longo dos anos 1990 e no começo dos anos 2000, quando Carlos e Flávio já eram vereador e deputado estadual, respectivamente.
Bolsonaro bolou uma estratégia para descobrir se os filhos ou assessores estavam realmente entregando suas cartas a eleitores, a principal forma de comunicação que o então deputado usava para manter contato com seus apoiadores. Ou, nas palavras de Eduardo, se não estavam “dando uma de malandro” e mentindo ao pai.
“Um dos instrumentos para isso eram as cartas-iscas. Para evitar que nós, os entregadores (eu, o Carlos, o Flávio e os assessores), déssemos uma de malandro, não entregando cartas e mentindo que entregamos, ele [Jair Bolsonaro] fazia o seguinte: incluía nas remessas de cartas de cada um algumas cartas para destinatários inexistentes. Então, se um de nós voltasse para a base dizendo que conseguiu entregar todas as cartas, o capitão já sabia que ali tinha mutreta, pois pelo menos a carta-isca tinha que ter voltado junto.”
(Metrópoles)