“O Amazonas precisa vencer as desigualdades entre a capital e o interior do Estado, e só conseguiremos transpor essas barreiras com a construção de conhecimento”. Essa foi a conclusão apresentada pelo senador Eduardo Braga durante palestra ministrada na manhã desta sexta-feira (29), para os membros do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), no auditório do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA).
Para uma plateia composta por pesquisadores, empresários e autoridades civis e militares, o senador Eduardo Braga falou sobre o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação”. Durante sua explanação, ele apresentou as iniciativas e políticas públicas desenvolvidas durante o período em que esteve no governo do estado.
“Trabalhamos a produção de conhecimento desde a educação de base, com a criação do programa Mediado Tecnológico, que é uma plataforma de ensino que permite aos estudantes do interior do Estado a terem aulas de qualidade via satélite. Esse projeto foi criado a partir da constatação de um problema social grave no Amazonas, que é a migração de jovens do interior para a capital em busca de educação”, lembrou o senador.
Eduardo Braga também destacou a criação da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT), que catalisou as atividades da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM).
“Criamos um sistema de produção de conhecimento que disponibilizou números expressivos de bolsas de estudo no estado. De 2003 a 2013, o Amazonas concedeu 7.096 bolsas para a educação básica, 12.334 para a graduação, 2.610 bolsas para mestrado e 1.216 para doutorado”, informou.
Sobre o cenário nacional, o senador destacou a luta que está travando atualmente em Brasília para a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE). Eduardo Braga explicou que as discussões visam criar um planejamento estratégico para fomentar uma educação de qualidade para a próxima década no Brasil.
“Estamos tentando impor metas para reduzir as desigualdades regionais no Brasil. Hoje, para se ter uma ideia, apenas 9,3% da população da Amazônia têm ensino superior, contra 51,5% na região Sudeste”, revelou.
Eduardo Braga também destacou as dificuldades de se fazer ciência e produzir conhecimento no Brasil. Ele lembrou que, durante sua permanência na presidência da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Inovação do Senado, no biênio 2011-2012, ele se deparou com situações absurdas de excesso de burocracia na área científica.
“Vi pesquisadores tendo dificuldades desde receber o visto para desenvolver suas pesquisas, até na prestação de contas carregadas de burocracia. Vi pesquisadores, inclusive, tendo dificuldades de provar que eram eles mesmos, tamanha é a quantidade de documentos exigidos para se conseguir recursos para a pesquisa. Se o Brasil quiser dar um salto para sair da condição de um país agrícola e exportador de matéria-prima para uma nação tecnologicamente desenvolvida, temos que derrubar esses obstáculos para a construção e produção de conhecimento”, concluiu Eduardo Braga.