Pesquisa divulgada pelo Unicef este ano revela que o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil pulou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020. Os dados mostram, ainda, que 41% desses compõe a faixa etária em que ocorre a alfabetização, entre 6 e 10 anos.
Já de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 11 milhões de pessoas de 15 anos ou mais são analfabetas no país. Considerando os critérios da pesquisa, o instituto identificou aqueles que são incapazes de ler e escrever ao menos um bilhete simples.
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelecido pela Lei 13.005/2014, que orienta o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, desde o ensino infantil até a pós-graduação, determina que o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024.
“Se não houver uma força-tarefa com objetivo de atuar na contramão dos impactos causados pela pandemia, dificilmente esse objetivo será alcançado, uma vez que a pandemia potencializou a desigualdade social, principal causa do analfabetismo no país”, afirma o CEO do Instituto LIVRES, Clever Murilo Pires.
Atuando desde 2013 pela causa das crianças e adolescentes no sertão do Piauí, o LIVRES identificou a desigualdade social que existe no país como principal causa do índice de analfabetismo.
Nas zonas rurais, muito comuns ainda nas regiões norte e nordeste do Brasil, por exemplo, para garantir o sustento familiar muitos deixam de ir às escolas. Outros não conseguem acessar o ensino devido a fatores como distância, transporte logístico, falta de registro de existência (certidão de nascimento e identidade) e mesmo a questão da extrema pobreza que dificulta o aprendizado (desnutrição prejudica o processo de ensino, aprendizado e desenvolvimento cognitivo).
“Evidentemente, quando combatemos a desigualdade, promovemos a educação”, dispara o CEO.
Para implementar projetos de resultado, o LIVRES atua em consonância com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU que contemplam educação de qualidade, trabalho decente e crescimento econômico, paz e justiça, além de parceria pelas metas. “Pela educação, o programa Livre Ser promove ações psicopedagógicas que contribuem com mudanças positivas no contexto familiar para que crianças e adolescentes tenham qualidade de vida e acesso à educação”, explica o CEO.
“Neste contexto, quando oferecemos melhores condições às famílias, aumentamos as possibilidades de alfabetização, que vão muito além do saber ler e escrever. Está também ligada à produção do conhecimento, interpretação de sinais, potencialização da comunicação. Ser alfabetizado promove a dignidade”, afirma a educadora Julie Dornelas, que atua no projeto, realizado no sertão do Piauí, com cerca de 400 crianças e adolescentes.
Para o LIVRES, o uso de tecnologias sociais deve ser aliado desse conhecimento, para alavancar habilidades, competências e valores. “Também atuamos para instruir e desenvolver comunidades para o uso de ferramentas positivas de coletividade e transformação e promovemos espaços de socialização e diálogo que combatem práticas culturais danosas”, completou a educadora.
SOS LIVRES
Por isso, o LIVRES segue acreditando na capacidade de doação daqueles que confiam no trabalho realizado e decidiu manter o SOS LIVRES, campanha que visa levantar um exército de pessoas que acreditam nas causas sociais e projetos desenvolvidos em favor dos mais vulneráveis e desejam construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
“Sabemos bem que todos nós vivemos momentos muito difíceis, principalmente na área financeira. Porém, acreditamos na força da mobilização coletiva e sabemos que juntos podemos ir bem mais longe”, conclui Clever Murilo.
Para participar da campanha, acesse o site da organização: https://doe.institutolivres.