Rio de Janeiro – Em entrevista ao jornal Extra, o novo advogado da professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, Hugo Novais argumentou que havia a necessidade de uma mudança radical na estratégia de defesa. Henry foi assassinado dia 8 de março no apartamento onde vivia com a mãe e o padrasto, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.

“Você vai querer morrer abraçada a Jairinho?”, perguntou o advogado para Monique. A resposta que ouviu foi o estopim para a professora e o vereador tomarem caminhos opostos na tentativa de saírem da cadeia.

Henry morreu com 23 lesões incompatíveis com uma queda da cama, versão que Monique e Jairinho sustentaram até serem presos, dia 8 de abril. O casal teve a prisão decretada por obstrução de Justiça e coação de testemunhas.

“Monique não quer acusar ninguém. Quer apenas se defender. Passou informações diferentes para a polícia em seu primeiro depoimento. Ela não concorda de modo algum com o que aconteceu. Pelo contrário, está sofrendo pela morte do filho e por seguir presa pelo que não fez”, argumenta Novais. “Ela não vai morrer abraçada a Jairinho”, completa.

Antiga defesa

Monique e Jairinho eram representados pelo advogado André França Barreto, que havia sido contratado por Jairinho (o vereador também já substituiu sua defesa). A decisão por mudar aconteceu depois que a professora “se incomodou ao ser retratada como suposta cúmplice de um assassinato”. E, ainda na época em que estava em liberdade, enviou uma mensagem ao marido para se queixar:

“Vou procurar outro advogado. Sabe por quê? Porque ele é o seu advogado, não o meu”, escreveu.

E completou: “Se for para defender alguém, será você, não a mim”. “Estou embrulhada com tantos comentários que estou lendo ao meu respeito”, finalizou Monique. A professora contou a Novais que, pouco antes de prestar depoimento à polícia, Jairinho lhe disse “vamos sair juntos dessa”.

“Havia um domínio da situação por parte dele. A família de Monique entendeu que ela não era defendida. A nossa estratégia é que, agora, Monique diga a verdade”, afirma o advogado.

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