
A juíza Tula Mello, vítima de um assalto a caminho de casa no dia 30 de março, disse que teve a vida salva pelo companheiro, o policial João Pedro Marquini, policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O agente foi morto com cinco tiros ao enfrentar suspeitos que atravessaram um veículo na pista, no Rio de Janeiro.
Tula Mello, juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), dirigia um carro e seguia o de João Pedro. Ela conseguiu escapar sem ferimentos.
Tula percebeu o carro do marido diminuir a velocidade, viu homens armados em frente ao veículo atravessado na pista e conseguiu dar marcha à ré. Os suspeitos atiraram contra o carro dela, que, embora fosse blindado, não resistiria por muito tempo aos tiros de fuzil. João saiu do seu carro e foi atingido por cinco tiros e morreu.
“É uma sensação de impotência, né? Eu posso afirmar com certeza que se não fosse a ação do João saindo do carro para desviar o foco dos criminosos, eles conseguiriam fazer com que os disparos de fuzil ultrapassassem a blindagem do meu carro. Ele não reagiu, ele agiu para me salvar, ele deu a vida para me salvar”, contou.
A juíza disse ainda que o treinamento de defesa que recebeu do Tribunal de Justiça e dicas de direção defensiva do marido a ajudaram a fugir. Tula e João Pedro estavam casados há um ano, mas moravam juntos há cinco anos. O filho de 10 anos do policial, que é órfão de mãe, vive com o casal.
Nenhum suspeito foi preso até então. A polícia já sabe que os homens que mataram João Pedro são do Comando Vermelho e tinham acabado de atacar uma comunidade controlada pela milícia, em Campo Grande, também na zona oeste do Rio.
A polícia já sabe que os bandidos são do Comando Vermelho e tinham acabado de atacar uma comunidade controlada pela milícia, em Campo Grande, também na zona oeste do Rio. Segundo a investigação, eles queriam roubar outro carro para substituir o que estavam usando, cravejado de balas, por causa do tiroteio anterior.
“Eu não vou sentar como vítima. Eu vou agir, eu vou fazer o que for necessário para que seja dada punição e para que a gente consiga de fato uma cidade onde nós possamos circular livremente como mulheres, homens, crianças e famílias”, disse Tula ao Fantástico. As informações são de Correio 24H.