Em aceno ao mercado financeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (23/2) que “não tem briga com a Petrobras”, mas que quer “previsibilidade” da estatal.
A declaração foi feita após a estatal perder quase R$ 75 bilhões em valor de mercado nessa segunda (22/2). Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real. Na sexta-feira (19/2), a petroleira já tinha encolhido R$ 28 bilhões. Nesta terça, as ações da estatal subiram 10%.
As quedas nas ações da petroleira foram motivadas após anúncio de troca no comando da Petrobras. Bolsonaro indicou o general da reserva Joaquim Silva e Luna na semana passada. Ele assumirá o cargo de presidente no lugar de Roberto Castello Branco. A mudança, entretanto, precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras.
“Energia é uma coisa extremamente importante para nós. Não temos briga com a Petrobras, queremos que cada vez mais ela possa nos dar transparência e previsibilidade. Não precisamos esconder reajuste ou seja lá o que for o que integra o preço final dos combustíveis”, disse o presidente em cerimônia no Palácio do Planalto.
Na cerimônia, Bolsonaro também disse que Castello Branco foi um “bom gestor” e que o indicado para comandar a petroleira, o general Silva e Luna, será “outro excelente gestor”.
“É natural, quando se tem um contrato, quando se tem um prazo para acabar com um mandato, que ele seja reconduzido ou outro seja recolocado em seu lugar. Saiu um bom gestor, está entrando um outro excelente gestor. No caso, o Silva e Luna”, disse o presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto.
No dia anterior, no entanto, o presidente da República fazer críticas explicitas a Castello Branco e reclamou que o atual presidente da estatal está de home office há 11 meses e classificou o episódio como “inadmissível”. Por ter idade avançada, Castello Branco faz parte do grupo de risco da Covid-19.
“O atual presidente da Petrobras está há 11 meses em casa, sem trabalhar, né? Trabalha, mas de forma remota. Agora, o chefe tem que estar na frente, bem como os seus diretores. Então, isso para mim é inadmissível. Descobri isso há poucas semanas”, disse Bolsonaro a apoiadores.