O candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (23/8), não ter “prazer nenhum” em estar na cadeira de presidente da República. A declaração foi dada durante discurso de meia hora feito na cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022, no Hotel Unique, em São Paulo.
“Não tenho prazer nenhum em estar naquela cadeira lá, um saco. Não dá mais pescar por aí, contar uma piada, tomar um caldo de cana acolá etc. Mas eu entendo como uma missão, uma missão de Deus”, afirmou ele aos empresários do setor siderúrgico.
Na manhã desta terça, a Polícia Federal faz operação contra um grupo de empresários apoiadores de Bolsonaro por defenderem um golpe de Estado. O caso foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. A corporação cumpre mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
O início do evento também contou com uma apresentação de Marcos Faraco, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil e vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai.
Bolsonaro foi acompanhado de Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo. O ex-ministro da Infraestrutura do Brasil tem acompanhado o presidente e candidato à reeleição em eventos oficiais e de campanha no estado paulista.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, discursou na abertura do congresso do setor do aço brasileiro. Após a solenidade, o ministro da Economia, Paulo Guedes, realizará uma palestra magna.
“Infraudável”
Durante seu discurso no evento, o chefe do Executivo ironizou mais uma vez as urnas eletrônicas: “Só tem uma coisa que é infraudável no Brasil, pessoal sabe o que é”, disse.
Bolsonaro, que tem dado uma trégua nas acusações ao sistema eleitoral do país, afirmou na noite de segunda-feira (22/8), durante sabatina no Jornal Nacional, que respeitaria o resultado das eleições, “desde que sejam limpas e transparentes”.
Na ocasião, disse ainda que colocaria um “ponto final” no assunto: “Fique tranquilo, Bonner, teremos eleições, o ministro Alexandre de Moraes acabou de assumir. Ele amanhã tem encontro com o ministro da Defesa para tratar sobre esse assunto. Ele vai conversar e chegar a bom-termo. Precisei provocar para que chegasse a esse ponto. Pode ter certeza que teremos eleições limpas e transparentes”, concluiu.
Sem provas, o presidente coloca em dúvidas a confiabilidade do sistema eleitoral sistematicamente. A situação levou a sociedade civil a fazer manifestos em prol da democracia, que foi apoiado por parte do setor empresarial.