Em sua estreia na seleção, Priscila marcou, nos acréscimos, gol que garantiu a vitória do Brasil — Foto: Staff Images Woman / CBF

Não faltou emoção no amistoso entre Brasil e Japão, disputado sob um forte sol na NeoQuímica Arena na tarde desta quinta-feira. Depois de começar perdendo, a seleção brasileira conseguiu uma virada sobre o Japão na segunda etapa, sofreu o empate, mas terminou com a vitória pelo placar de 4 a 3, decidido aos 51 minutos do segundo tempo. Os gols do Brasil foram marcados por Bia Zaneratto (duas vezes), Gabi Portilho e Priscila, e Fujino, Endo e Tanikawa descontaram para as japonesas.

Com mexidas certeiras no intervalo, Arthur Elias, que reencontrou a NeoQuímica Arena, conduziu a seleção à sua segunda vitória em três jogos no comando — o Brasil venceu uma partida e perde outra nos dois amistosos contra o Candá, no mês passado. No domingo, a seleção volta a enfrentar o Japão, desta vez na Fonte Luminosa, em Araraquara, e encerra a Data Fifa no confronto com a Nicarágua na segunda-feira, no mesmo estádio.

Na partida, a seleção brasileira demonstrou um arsenal de recursos técnico e tático com mais variedade do que nas primeiras duas exibições. A vitória parcial por 3 a 1 foi um vislumbre da ofensividade característica do estilo de jogo de Arthur Elias, mas a parte física deixou a desejar. Com os quatro gols partindo de lampejos individuais de qualidade, e não de jogadas construídas coletivamente, a seleção ainda precisa aprender lições valiosas para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2024, mas os bons momentos da partida indicam o caminho até lá.

O jogo

No primeiro tempo, a partida foi equilibrada, com 51% de posse de bola para o Japão e 49% para o Brasil. Mas as japonesas foram mais eficazes na criação de chance de gol, tocando a bola com a sincronia e o entrosamento que fez a equipe ganhar destaque na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, disputada entre julho e agosto. O Brasil, por outro lado, esbarrou em antigas complicações, com muita dificuldade na criação.

Enquanto as japonesas adiantavam as linhas de marcação e dificultavam a seleção brasileira de conseguir jogar no campo adversário, o Brasil não conseguiu encaixar o sistema defensivo. Com bastante liberdade, o Japão conseguia furar as linhas e chegar até o gol, principalmente em contra-ataques, especialidade das adversárias, e aos 38 minutos a estratégia deu certo.

Miyazawa fez bela jogada pela esquerda, aproveitando os espaços deixados por Bruninha e Lauren — Antônia, zagueira titular, testou positivo para Covid-19 horas antes da partida e foi cortada às pressas — e cruzou na área para Hasegawa. Com tranquilidade, ela encontrou Fujino de frente para o gol de Lelê, e a atacante não hesitou e abriu o placar.

A resposta do Brasil não demorou a vir. Dois minutos depois, Bia Zaneratto cobrou com perfeição uma falta da entrada da área, sem chance de defesa para a goleira, e o time foi para o intervalo com o placar empatado. Para o segundo tempo, as mudanças realizadas por Arthur Elias mudaram a cara do Brasil na partida. A entrada de Duda Sampaio e Luana, no lugar de Ary Borges e Julia Bianchi, trouxe mais dinamismo ao meio de campo, e a seleção conseguiu voltar a ameaçar o Japão

Aos 15, Gabi Portilho colocou o Brasil à frente em um belo lance individual. Aproveitando um contra-ataque, ela levou a bola de um lado ao outro do campo, e deixou as zagueiras japonesas para trás na corrida. Na primeira tentativa, tentou encobrir a goleira Hirao, que bloqueou a finalização, mas ela ficou com o rebote e mandou um chute, quase sem ângulo, para balançar as redes. Dois minutos depois, Bia Zaneratto ampliou, também aproveitando uma falha defensiva na saída de bola do Japão. A Imperatriz encobriu a goleira e ampliou a vantagem.

Até os 40 minutos do segundo tempo, o placar parecia decidido. A entrada de Marta, comemorada pelos quase 8 mil presentes na NeoQuímica Arena, deu mais cadência à partida, mas o Japão ainda tentava buscar o resultado. De pênalti, Endo diminuiu a vantagem aos 40 minutos, e aos 42, Tanikawa saiu do banco para empatar a partida, após cruzamento de Shimizu.

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