A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta quarta-feira (22/12) pareceres públicos de aprovação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Os documentos explicitam a avaliação feita pela agência, que culminou na aprovação do imunizante.

“As avaliações pela Anvisa de solicitações de autorização de vacinas são realizadas por equipes multidisciplinares de especialistas em regulação e vigilância sanitária devidamente capacitados para esse fim. Estes servidores são de carreira de Estado, concursados com dedicação exclusiva”, explica a agência, em nota.

Também participaram da análise alguns representantes médicos, como: Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Instituto de Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Também foram convidada a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O Parecer Público de Avaliação de Medicamentos (PPAM) traz os dados de segurança e eficácia apresentados pela farmacêutica. Entre eles, os detalhes dos estudos clínicos conduzidos pela Pfizer nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha.

O PPAM também traz a descrição dos possíveis efeitos colaterais, o público-alvo nesta faixa etária no país e o cenário epidemiológico brasileiro. A agência finaliza com o balanço entre os benefícios e possíveis riscos.

“Com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, incluindo estudos de fase I, II e III, a Anvisa concluiu que vacina Pfizer-BioNTech Covid-19, quando administrada no esquema de 2 doses em crianças de 5 a 11 anos de idade, é segura e eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática, na prevenção das doenças graves, potencialmente fatais ou condições que podem ser causadas pelo SARS-CoV-2.”, conclui.

Ameaças investigadas

A Anvisa já recebeu mais de 150 e-mails com ameaças aos diretores e servidores do órgão, desde sexta-feira (17/12). Endossados pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), os suspeitos adotaram a prática pela aprovação da aplicação da vacina contra a Covid-19, em crianças de 5 a 11 anos.

Incluindo intimidações como “último aviso”, “[você] pagará nos planos espirituais” e o tradicional apelido de “comunista”, as pessoas comentavam sobre a vacinação de crianças.

A Polícia Federal investiga os casos de ameaça sofridos por servidores e diretores da agência. Após o anúncio da aprovação do imunizante para as crianças, na semana passada, Bolsonaro afirmou que tornaria públicos os nomes dos diretores e técnicos responsáveis pela aprovação da vacinação para a faixa etária.

“A Anvisa não está subordinada a mim. Deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas, para que todo mundo tome conhecimento e, obviamente, forme o seu juízo”, afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Depois da fala de Bolsonaro, a agência reagiu aos comentários do presidente e divulgou nota na qual diz “repudiar e repelir com veemência qualquer ameaça explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias” do órgão. (Metrópoles)

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