Uma empresária de 54 anos morreu nessa terça-feira (2/8) após passar por uma cirurgia de abdominoplastia no Hospital da Plástica, clínica localizada no bairro Lourdes, em Belo Horizonte (MG).

Fabíola Corrêa da Silva precisou ser transferida e internada no Hospital Odilon Behrens no último dia 27 de julho, data em que passou pelo procedimento, após apresentar morte encefálica.

A clínica informou que “não houve demora para socorrer a paciente” (leia abaixo). Em conversa com a reportagem nesta quarta-feira (3), o marido de Fabíola, André Luiz Ferreira de Souza, disse que a cirurgia plástica era um dos maiores sonhos da esposa.

“Nós pagamos pouco mais de R$ 20 mil pelo procedimento, mas o dinheiro é o de menos, eu pagaria R$ 100 mil para estar com ela de volta. Cansei de brigar com ela para ela não fazer, por que na minha visão, não tinha necessidade. Mas era o sonho dela, ela tem muitas amigas que fizeram, que ficaram ‘fininhas’”, contou.

‘Correria e gritaria’

André conta que a esposa realizou o procedimento no Hospital da Plástica no último dia 27 de julho. A cirurgia começou às 7h30 e terminou por volta das 14h45. Quando deixou o bloco cirúrgico, Fabíola chegou a conversar com o marido.

“Ela subiu na maca conversando comigo, me pediu um beijo, disse que estava com saudades. Chegou a janta dela, tomou três colheres de sopa e gelatina e meio copo de água e me disse que estava com muito sono por conta da anestesia”, relatou.

Logo que Fabíola caiu no sono, o marido estranhou o ronco da esposa. Um médico esteve no quarto e disse que a deixaria descansando para, posteriormente, fazer a verificação. Alguns minutos depois, no entanto, o soro da paciente acabou e André acionou um enfermeiro, que prontamente chegou até a sala para trocar o material e aplicar uma injeção.

“Quando ele foi aplicar a injeção ela não estava roncando mais. O enfermeiro começou a bater na testa dela e colocou um oxímetro para medir a oxigenação e frequência cardíaca, que estava zerada. Me tiraram às pressas do quarto falando que eu não poderia ver o procedimento. Foi aquela correria, aquela gritaria, falaram que conseguiram reanimá-la e a levaram para o bloco cirúrgico novamente”, lembra ele.

‘Sentimento de revolta’

Por conta da gravidade do caso, a paciente precisou ser transferida para o Odilon Behrens. Por lá, André foi informado que a esposa havia tido morte encefálica.

“Foram dois médicos com ela e eu fui atrás com o meu carro. A médica do Odilon Behrens disse que precisava falar comigo em particular e ela começou a me falar que fizeram muitos procedimentos errados, que a Fabíola chegou no hospital já com morte encefálica”, conta ele.

Em seis dias de internação, o quadro de Fabíola não apresentou nenhuma melhora. André garante que, antes da cirurgia, a esposa fez todos os exames exigidos pela clínica e que eles não apresentaram nenhum agravante.

“A médica do Odilon disse que tiveram vários erros no procedimento, não foi só um. O que fica é um sentimento de revolta, lógico que a gente não tá procurando dinheiro, até porque isso não vai trazer a Fabíola de volta. Mas tem que haver alguma punição para que isso não aconteça com outras pessoas”, disse ele.

A família registrou uma ocorrência policial contra a clínica e acionou a Justiça. O corpo de Fabíola Corrêa da Silva foi encaminhado ao IML (Instituto Médio Legal) para a realização de necropsia.

O que diz a clínica?

Em nota enviada ao BHAZ, o Hospital da Plástica disse que não houve demora para socorrer a paciente. “Ao ser verificado pelo médico plantonista que a paciente estava passando mal, imediatamente, ela foi estabilizada pela equipe médica e cirúrgica e encaminhada por uma ambulância UTI para o Hospital Odilon Behrens com vida”, disse a unidade.

O hospital ainda acrescenta que “possui toda estrutura necessária e equipamentos de alta tecnologia estando em dia com toda a documentação sanitária municipal, estadual e federal”.

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