Imagens de câmeras de segurança do Residencial Montreal registram o momento em que Fabrício Nunes, armado, dispara várias vezes contra o veículo do empresário

O empresário Fabrício Valle, de 38 anos, viveu momentos de desespero na madrugada da última sexta-feira (21), ao ser alvo de uma tentativa de homicídio na entrada de um condomínio residencial no bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus. Ele havia acabado de deixar a advogada Kellen Clyssia em casa, quando o ex-companheiro dela, Fabrício da Silva Nunes, de 30 anos, surgiu armado e atirou diversas vezes contra o carro em que estavam.

Imagens do circuito interno de segurança registraram a ação criminosa e viralizaram nas redes sociais, causando comoção entre internautas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que trata o episódio como tentativa de feminicídio e homicídio.

Durante entrevista à Rede Amazônica, Fabrício Valle contou que o ataque ocorreu por volta de 2h da manhã, quando ele levava Kellen de volta para casa, após saírem para jantar. Ao chegarem no condomínio, o portão foi liberado para a entrada do carro. Pouco tempo depois, o ex-companheiro da advogada apareceu, estacionando seu carro logo atrás e forçando a entrada no local.

“Ela ficou muito nervosa ao vê-lo chegando, demonstrou medo. Me pediu para tentar sair dali, mas para eu sair do condomínio ela teria que fazer o reconhecimento facial novamente. Foi tudo muito rápido”, lembrou Valle.

Diante da situação, a única alternativa encontrada foi parar o carro alguns metros à frente para que Kellen pudesse descer e voltar para dentro do condomínio. Nesse instante, o agressor sacou a arma e deu início aos disparos.

“Ele já saiu do carro atirando. O primeiro tiro foi para o alto. Quando se aproximou da lateral do carro, continuou disparando. Minha reação foi acelerar e fugir o mais rápido possível”, relatou o empresário.

Segundo informações repassadas pela polícia, ao menos 11 tiros foram efetuados, dos quais oito atingiram o carro conduzido por Valle. Ele acredita que só sobreviveu por conta da altura do veículo.

“Se fosse um carro mais baixo, os tiros teriam acertado diretamente quem estivesse nos bancos da frente. Poderia ter sido uma tragédia ainda maior se outras pessoas estivessem conosco”, afirmou.

Ciúmes como motivação

A investigação aponta que o crime foi motivado por ciúmes. O delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), afirmou que não há indícios de outra motivação.

“Com base nos depoimentos, ficou claro que o suspeito agiu por ciúmes. A advogada informou que o relacionamento com Fabrício Nunes terminou há mais de dois anos e, até então, ele nunca havia apresentado comportamento agressivo”, explicou o delegado.

Durante a entrevista, Valle também revelou que Kellen tem uma filha de dois anos com o suspeito. De acordo com ele, o homem costumava visitar a criança normalmente e nunca havia demonstrado comportamento violento.

Na noite do atentado, o suspeito teria ido até a casa da ex-companheira para ver a filha. Ao saber que ela havia saído e deixado a criança com a avó, passou a enviar mensagens exigindo explicações. Horas depois, cometeu o ataque.

“Ela me disse que ele sempre foi calmo, que o relacionamento acabou há dois anos e que, nesse tempo, ela teve outros relacionamentos e ele nunca reagiu de forma agressiva. Ninguém esperava uma atitude tão extrema”, relatou Valle, ainda consternado.

Prisão decretada

No sábado (22), a Justiça do Amazonas atendeu ao pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva de Fabrício da Silva Nunes. Equipes policiais fizeram buscas em diversos pontos da capital e da região metropolitana, mas até o momento ele não foi localizado.

A PC-AM solicita que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito seja repassada por meio do número (92) 98116-9099, do 1º DIP, ou pelo 181, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). O sigilo do denunciante é garantido.

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