KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

Estudantes e candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Pará apontam um suposto novo vazamento de questões da prova. A nova versão da avaliação, aplicada em 30 de novembro e 7 de dezembro, continha itens praticamente idênticos às apostilas, PDFs e grupos de WhatsApp divulgados pelo estudante de medicina Edcley Teixeira e um amigo, que também faz monitoria e vende cursos pré-vestibular.

O caso ocorre um mês após o escândalo de suposta fraude no Enem.

De acordo com o que foi denunciado na rede social X, questões das provas de humanas e exatas do Enem aparecem de forma semelhante ao que Edclay e o amigo Eduardo divulgaram em grupos de WhatsApp, PDFs e apostilas para alunos que compraram o curso e, em algumas ocasiões, gratuitamente fazendo lives no YouTube.

Diferentemente do restante do Brasil, moradores de Belém, Ananindeua e Marituba (PA) fizeram o exame em datas diferentes, com provas distintas, pelo fato de o estado ter sido sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), onde ocorreram eventos de grande proporção em prol do meio ambiente.

Entenda o que aconteceu no outro vazamento

  • A suspeita de um possível vazamento das questões do Enem surgiu após a repercussão de uma live do Edclay de Souza Teixeira
  • A live, transmitida no YouTube e publicada cinco dias antes da prova de Ciências da Natureza do Enem, expôs questões quase idênticas às da prova
  • Não somente a live, mas em sua “monitoria”, Edclay disponibilizava PDFs com questões que poderiam cair no Enem. Usuários do X apontaram que o estudante de medicina teria acesso a material sigiloso que seria antecipado para alunos do curso dele.
  • Um exemplo de um dos supostos vazamentos das questões foi quando Edclay, em certo momento de uma de suas lives, expôs uma questão de biologia com os dados exatos do item da prova do Enem que ainda não havia sido aplicada.
  • Edcley rebate as acusações, alegando que usa técnica de engenharia reversa para passar como metodologia de estudo para seus alunos e que disponibilizou as questões com “informações públicas” ou itens que o mesmo fez na prova do Capes.

Para ter acesso às questões antecipadas, Edcley e colegas realizaram a avaliação para conquistar o prêmio Talento Universitário, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A prova é considerada um pré-teste do Enem, com questões que poderiam ser integradas em futuras edições do exame.

No que diz respeito à prova de ciências humanas do Enem, um estudante expôs uma questão das cinco de línguas estrangeiras, no caso, na parte de inglês. No item, é possível identificar que as ilustrações são idênticas e, apesar da formulação diferente, as alternativas corretas têm o mesmo significado.

No exame de Ciências e suas tecnologias, estudantes reclamaram de uma questão de matemática sobre probabilidade, a qual aparenta ser a mesma que Eduardo, monitor amigo de Edcley, expôs em apostilas e PDF, onde a única diferença se expressa na forma de apresentação da resposta.

Alunos também comentaram sobre questões que mencionavam cilindros, produtos e excreta. Após a repercussão em cima do caso de um suposto vazamento promovido por Edclay no Enem realizado antes da COP30, estudantes vazaram o link do drive com documentos de apostilas e PDFs do que era divulgado para alunos no curso.

Além disso, internautas expuseram o que era comentado no grupo da monitoria que Edcley e Eduardo passavam.

A partir daí, participantes do Enem no Pará estão verificando se há mais questões idênticas ao que Edcley expôs para fazer mais denúncias e pedir que providências sejam tomadas.

Até o momento, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) ainda não se manifestaram sobre o possível novo vazamento.

No Enem antes da COP30, o MEC definiu que, em razão da semelhança dos itens expostos com os da prova original, três questões serão anuladas.

A decisão foi tomada após a equipe técnica do órgão analisar as circunstâncias das mídias nas redes e da live, com base em informações sobre a montagem do teste. Com Metrópoles.

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