
O mal-estar que levou o ator Rafael Zulu a ser hospitalizado após o consumo de bebidas energéticas — revelado no Fantástico, da TV Globo, no último domingo (15/06) — trouxe de volta à pauta uma questão importante: qual o limite seguro para o uso de energéticos?
Segundo dados apresentados no programa, 22% dos brasileiros, especialmente jovens das classes C, D e E, consomem esse tipo de bebida fora de casa — geralmente em festas, durante o trabalho ou em momentos de cansaço extremo.
Energia artificial, riscos reais
“As bebidas energéticas criam um estado de alerta artificial, que esconde o cansaço real do corpo”, explica o médico Danilo Almeida, pós-graduado em Nutrologia. “O problema é que isso desregula o organismo, principalmente quando a pessoa já está com sono atrasado ou desidratada.”
Como funciona?
Energéticos contêm cafeína, taurina e guaraná, que agem diretamente no sistema nervoso central. O resultado é um pico de adrenalina e dopamina — o que gera energia momentânea, mas pode levar a insônia, ansiedade, irritabilidade, aumento da pressão arterial e, em casos extremos, até arritmias cardíacas.
Sinais de alerta após o consumo
Se você sentir algum desses sintomas após consumir energético, procure atendimento médico imediatamente:
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Palpitações
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Dor no peito
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Tontura ou náusea
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Dor de cabeça intensa
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Suor frio
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Sensação de desmaio
Misturar com álcool: perigo dobrado
A combinação de energético com bebidas alcoólicas, comum em festas, mascara os efeitos do álcool, fazendo com que a pessoa beba mais do que o corpo aguenta. “É como pisar no acelerador e no freio ao mesmo tempo”, alerta o médico. O resultado pode ser intoxicação, desidratação severa e alterações cardíacas.
E os pré-treinos? Também exigem cuidado
Produtos vendidos como pré-treinos muitas vezes contêm altas doses de cafeína e estimulantes, além de aminoácidos e creatina. Embora voltados ao desempenho físico, também podem gerar efeitos colaterais se usados sem orientação.
“Não é porque está na prateleira da loja que é seguro para todo mundo. O que melhora o treino de um, pode causar crises de ansiedade em outro”, explica Dr. Danilo.
Existe consumo seguro?
Sim — com moderação e bom senso.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda até 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis (o equivalente a duas latas de energético ou quatro xícaras de café). Acima disso, os riscos aumentam.
A energia que o corpo realmente precisa
Por fim, Dr. Danilo reforça:
“Nenhum suplemento substitui o básico. Dormir bem, se alimentar corretamente, beber água e respeitar os sinais do corpo são hábitos insubstituíveis.”
Se o cansaço é constante, o caminho não é mais cafeína — é investigar a causa e cuidar da saúde de forma integral.
Sobre o especialista
👨⚕️ Dr. Danilo Nunes Almeida (CRM/ES 17592)
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Médico pós-graduado em Nutrologia (ABRAN)
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Pós-graduando em Metabolômica
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Fundador da Clínica Versio, em Vitória (ES)
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Atua com foco em emagrecimento, saúde hormonal e medicina de precisão
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