Mais um caso de violência doméstica foi registrado na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), em Manaus. A enfermeira obstétrica Isabela Persilva, de 42 anos, procurou a unidade policial na noite de terça-feira (6) para relatar agressões físicas e psicológicas sofridas ao longo de quase dois anos de relacionamento com o jornalista Marcos Sérgio, de 51 anos.
Segundo a defesa da vítima, além de registrar o Boletim de Ocorrência, Isabela também solicitou medida protetiva contra o ex-companheiro e um parente dele, após ter sido ameaçada por mensagens enviadas via aplicativo de celular.
“Cumprimos todos os procedimentos legais: o boletim foi registrado, o pedido de medida protetiva foi formalizado e o inquérito será instaurado. Infelizmente, também foi necessário estender a solicitação de proteção a um familiar do agressor devido às ameaças que ela passou a receber”, explicou a advogada Paula Assunção, responsável pela representação jurídica de Isabela.
A decisão de buscar ajuda das autoridades aconteceu após um episódio no último domingo (4), quando a enfermeira foi, segundo ela, humilhada diante dos filhos. “Se eles não estivessem em casa, eu poderia ter sido agredida novamente”, desabafou Isabela, ao lembrar de outras situações violentas que já havia decidido relevar anteriormente.
No mesmo dia, ela tornou público o término do relacionamento em uma publicação nas redes sociais, onde revelou os abusos sofridos durante o período de convivência. Isabela compartilhou imagens que mostram hematomas em seu corpo e descreveu um ambiente constante de medo, agressões e isolamento emocional. “Meu silêncio foi alimentado pelo medo e pela vergonha. Mas agora escolhi a liberdade”, declarou.
Em contrapartida, Marcos Sérgio negou as acusações em suas redes sociais e tentou desqualificar a ex-companheira, chamando-a de “desequilibrada”. A declaração gerou revolta entre internautas e integrantes do movimento folclórico de Parintins, cidade com a qual o jornalista tem vínculos.
Ex-membro do Movimento Amigos do Garantido (MAG), Marcos Sérgio teve seu afastamento da entidade confirmado em dezembro do ano passado. A defesa da vítima esclareceu que o caso de violência não possui qualquer relação com o Boi Garantido ou com o movimento.
A Polícia Civil deve dar andamento às investigações nos próximos dias, enquanto aguarda a análise do pedido de medida protetiva por parte do Judiciário.
