Rio de Janeiro – A equipe médica que atendeu Bruno Krupp no Hospital Marcos Moraes, onde o modelo ficou internado após atropelar e matar um jovem de 16 anos, afirmou que ele foi rude e agressivo com os funcionários. As informações constam no inquérito que serviu para indiciar médico de Krupp por fraude processual.

Segundo o G1, no dia 4 de agosto, o modelo se recusou a urinar fora do equipamento chamado “patinho”. Ele teria dito para uma técnica de enfermagem “que somente conseguia urinar ‘balançando”.

De acordo um enfermeiro, Krupp “se mostrou rude e arrogante, dando ordens para os profissionais e exigindo exclusividade no tratamento”. O enfermeiro também ressaltou que o modelo tinha à disposição dois profissionais, “visto que o comportamento do paciente era de muita agressividade”

Os médicos disseram ainda que o quadro clínico de Krupp sempre foi satisfatório para ficar em uma enfermaria. Mesmo internado, o modelo teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Não foi encontrado alteração nos exames e a aferição do volume urinário coletado diariamente foi prejudicado por um amigo de Krupp, que estava como acompanhante e nunca anotava a diurese do paciente, mesmo após orientação da equipe hospitalar.

Médico indiciado

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou o médico Bruno Nogueira Teixeira por fraude processual, após pedir a transferência de Krupp para a UTI da unidade.

Na 16ª DP, Barra da Tijuca, delegacia responsável pela investigação, o médico disse em depoimento que tomou a decisão após uma piora do quadro clínico do paciente. “Estava se encaminhando para uma insuficiência renal, sendo necessário o encaminhamento para uma UTI”, alegou o profissional da saúde, segundo o G1. A transferência fez com que a ida de Krupp para uma unidade prisional fosse adiada.

“Indicio Bruno Nogueira Teixeira pela prática do crime de Fraude processual em processo criminal, que se restaram apurados indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva, diante da análise das evoluções médicas, depoimentos da equipe médica do Hospital Marcos Moraes, juntada de artigos médico-científicos e contradições no depoimento do indiciado’, disse o delegado Aloysio Falcão em documento enviado ao Ministério Público.

O médico Bruno Nogueira Teixeira prestou depoimento no dia 9 de agosto, na 16ª DP. Ele disse que foi contratado pela família do modelo para fazer os cuidados após o acidente de trânsito que matou o adolescente de 16 anos.

“O quadro estava se encaminhando para uma insuficiência renal aguda e por isso o paciente, pelo potencial de gravidade que envolvia o quadro de saúde dele, eu recomendei uma internação no UTI“, disse o médico em depoimento.

O médico alega que não conhecia Bruno Krupp e prestou condolências a família a vítima: “Fui envolvido profissionalmente no caso, não tenho nenhuma relação com a família da vítima. É um caso de comoção nacional e é por isso que estou sendo ouvido. Antes de mais nada, eu queria prestar minhas condolências à família do João Gabriel”, disse.

Mesmo alegando que Krupp precisava de atendimento em uma UTI por possível problema renal, os laudos do Hospital Marcos Moraes, onde o modelo estava internado, liberava o paciente para cumprir prisão preventiva em uma unidade prisional.

O jovem João Gabriel Cardim Guimarães atravessava a rua com sua mãe quando foi atingido pela motocicleta guiada por Bruno Krupp, que estava em alta velocidade. João Gabriel teve a perna esquerda arrancada com o impacto. Um PM que testemunhou o caso afirmou que a perna da vítima parou a 50 metros do local do acidente. Com informações de Metrópoles.

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