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A erosão dentária, caracterizada pelo desgaste do esmalte – a camada protetora dos dentes –, é um problema comum que pode afetar pessoas de todas as idades, com prevalência mundial de 30% a 50% em dentes de leite e até 45% em dentes permanentes. Causada por diversos fatores, essa condição vai além da estética, provocando dor e sensibilidade, segundo a Associação Americana de Odontologia (ADA).

O processo de desgaste ocorre quando a acidez excessiva na boca faz com que a perda de minerais importantes, como cálcio e flúor, supere a capacidade de reposição natural dos dentes.

Sintomas e Impactos na Saúde Bucal

A cirurgiã-dentista Leticia Bezinelli, coordenadora da Graduação em Odontologia da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (Ficsae), explica que os principais sintomas são a mudança da cor dos dentes, que ficam mais escuros devido à exposição da dentina, e o aumento da sensibilidade ao ingerir alimentos gelados ou quentes. Em casos avançados, os dentes podem se tornar opacos, translúcidos nas bordas e apresentar fissuras.

Além disso, hábitos como bruxismo, uso de pastas de dente muito abrasivas, escovas com cerdas duras e escovação com força excessiva podem agravar o quadro.

Principais Causas da Erosão

Os danos ao esmalte podem ter origens internas (endógenas) ou externas (exógenas) ao organismo.

  • Causas endógenas: Ligadas à entrada de ácidos gástricos na boca, como ocorre em casos de refluxo gastroesofágico, bulimia nervosa e alcoolismo crônico. Gestantes com hiperêmese gravídica (enjoos e vômitos prolongados) também correm maior risco.
  • Causas exógenas: Envolvem principalmente o consumo frequente de bebidas ácidas, como refrigerantes, bebidas esportivas e sucos de frutas com baixo pH. A longevidade da população também contribui, pois os dentes permanecem mais tempo expostos a estresses mecânicos (mastigação, bruxismo) e térmicos (temperaturas extremas de alimentos).

Tratamento e Prevenção São Fundamentais

Quando a erosão já está instalada, o tratamento depende da severidade. Inicialmente, o foco é reduzir sintomas como a sensibilidade. Em casos mais graves, pode ser necessária a restauração com resina para repor a estrutura perdida do dente.

No entanto, a prevenção é sempre o melhor caminho. João Gabriel S. Souza, professor-assistente da graduação em Odontologia da Ficsae, reforça a importância da avaliação anual com um dentista para identificar e reverter os fatores de risco precocemente.

Dicas para minimizar o risco de erosão dentária:

  • Reduza a ingestão de bebidas ácidas.
  • Evite manter líquidos ácidos na boca por muito tempo ou consumi-los antes de dormir.
  • Use canudo para beber líquidos ácidos, posicionando-o atrás dos dentes.
  • Beba água ou enxágue a boca após consumir alimentos ácidos, doces ou refeições em geral.
  • Não escove os dentes imediatamente após ingerir bebidas ácidas; espere um tempo.
  • Use escova de dente macia e não escove com força excessiva.
  • Prefira pastas de dente com flúor e evite as abrasivas.
  • Lave a boca com água após vomitar.
  • Se mascar chiclete, prefira os sem açúcar, mas com moderação.

Com informações de Metrópoles

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