A represália à atuação em operações de grande repercussão em Manaus pode ter sido a motivação para o espancamento do agente da Polícia Federal Rafael Ribeiro. O policial foi atacado na madrugada do último sábado (18) por um grupo de motoqueiros e pelo condutor de uma caminhonete, tendo sua carteira funcional roubada durante a ação.

O fato levou a Justiça Federal do Amazonas autorizar nesta quarta-feira (22), mandados de busca e apreensão contra seis investigados por espancarem o agente. A operação, denominada “Última Marcha”, foi deflagrada após a juíza Ana Paula Serizawa Silva Podedworny, da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas, deferir parcialmente o pedido da Polícia Federal.

Segundo o inquérito policial, no dia 18 de janeiro de 2025, por volta das 2h da madrugada, o agente Ribeiro foi atacado por um grupo de motoqueiros e por um veículo tipo caminhonete nas proximidades do Carrefour da Avenida Recife, em Manaus. A vítima relatou que foi cercada violentamente, agredida e teve sua carteira funcional roubada. A agressão só foi interrompida com a chegada da Polícia Militar.

Imagens de câmeras de segurança e depoimentos ajudaram a identificar os suspeitos: Alexsandre Linhares do Nascimento, Aldo Bitencourt Cha Neto, Vitor Mendonça de Souza Vieralves, Leonardo de Souza Castelo Branco, Bruno Faria dos Santos e Ícaro Pinheiro Braga. As investigações apontam indícios de premeditação do crime.

Decisão judicial

A juíza Ana Paula Serizawa entendeu que os requisitos para a busca e apreensão foram atendidos, baseando-se no “fumus comissi delicti” (indícios de autoria e materialidade) e no “periculum in mora” (necessidade urgente da medida). No entanto, o pedido de prisão preventiva dos investigados foi negado, pois não foi comprovado o periculum libertatis, ou seja, o risco que a liberdade dos suspeitos poderia representar à investigação.

A magistrada autorizou a busca nos endereços dos investigados, permitindo a apreensão de documentos, dispositivos eletrônicos e quaisquer objetos relacionados ao crime. Também autorizou o acesso a conteúdos armazenados em nós remotos, como serviços de “nuvem”.

Contexto da investigação

As investigações apontam que o espancamento pode ter sido motivado por represália à atuação do agente federal, que participa de operações de grande repercussão em Manaus. A Justiça Federal tem competência para julgar o caso, uma vez que envolve um servidor público federal em exercício de suas funções.

A Operação Última Marcha segue em andamento, e a Polícia Federal continuará as diligências para esclarecer os fatos, identificar outros possíveis envolvidos e recuperar a carteira funcional subtraída do agente. Os investigados responderão pelos crimes previstos nos artigos 121 (à tentativa de homicídio), 157 (roubo) e 288 (associação criminosa) do Código Penal Brasileiro.

A decisão determina que todas as diligências sejam realizadas sob sigilo de justiça, garantindo o andamento adequado da investigação sem prejuízo à apuração dos fatos.

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