Reprodução/Polícia Civil

A Polícia Civil prendeu nessa sexta-feira (19/12) Cícera de Oliveira Santos, de 38 anos (imagem em destaque), companheira de um dos suspeitos de roubar 13 quadros, de Portinari e Henri Matisse, avaliados em milhões de reais, na biblioteca pública Mário de Andrade, no centro paulistano. O crime ocorreu no último dia 7.

A prisão dela se deu em cumprimento a um mandado de prisão temporária, expedido pela Justiça, quando a suspeita estava com a filha de 13 anos, na Praça Ministro Costa Manso, região da Sé, no centro da capital paulista, por volta das 19h.

Ela é a terceira pessoa detida sob a suspeita de envolvimento no assalto. Antes de Cícera, foram presos Felipe dos Santos Fernandes e Luís do Carmo, o Irmão Magrão, apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Casada com Gabriel Pereira Rodrigues de Mello, o Gargamel — que está foragido — Cícera teria ajudado a esconder as obras de arte roubadas, como aponta a investigação. Felipe e Gabriel, ainda de acordo com a polícia, teriam invadido armados a biblioteca, renderam seguranças, e fugiram com as obras.

Henri Matisse foi um pintor francês do início do século 20, figura central do fauvismo, movimento marcado pelo uso ousado de cores vivas e pinceladas livres. Portinari, natural de Brodowski, interior de São Paulo, é um dos maiores artistas plásticos brasileiros de todos os tempos.

O acervo pertencia à exposição Do Livro ao Museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade, realizada em parceria com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Roubo e fuga

Segundo a Polícia Militar, a dupla rendeu os seguranças e fugiu em direção à estação Anhangabaú do Metrô. Não houve registro de feridos.

A investigação levantou que um Celta, pertencente a Gargamel, foi usado por ele e Felipe no dia do crime. Após o assalto, o veículo teria servido como esconderijo temporário das obras.

A ligação entre eles e Luís de Carmo se deu após o encontro de um registro de câmera de monitoramento, na qual o trio aparece caminhando por uma rua da região central, instantes após o crime.

Segundo a polícia, as obras foram então levadas ao apartamento de Gargamel, no bairro do Glicério, que fica a cerca de dois quilômetros de distância do local do roubo.

Câmeras do condomínio o flagraram chegando com as obras e, logo depois, fugindo — já com uma roupa diferente da usada no assalto.

Defesa

Em nota ao Metrópoles, a defesa de Felipe dos Santos Fernandes Quadra, de 31 anos, afirmou que as investigações apontaram que o acusado teve “atuação de menor importância, não havendo qualquer indício de que tenha atuado seja como idealizador, executor principal ou sequer beneficiário direto do suposto delito”.

A defesa acrescentou que Felipe “não representa qualquer perigo à sociedade, não possui histórico de condutas violentas e dessa forma, não pode ser tratado como alguém perigoso”. Por fim, diz o texto, ele “exerce atividade laboral lícita e regulamentada, com comprovado registro em carteira”.

A reportagem apurou, no entanto, que ele conta com uma ficha de antecedentes criminais de 14 páginas e que respondeu judicialmente pelos crimes de furto e roubo, com registro de uso de violência contra uma mulher, para levar o celular dela.

A defesa dos outros suspeitos não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

Artigo anteriorBarragem se rompe em hidrelétrica do Tocantins. Veja vídeo
Próximo artigoCom gol de João Pedro, Chelsea busca empate contra o Newcastle