A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (21), em Humaitá, a Operação Triunvirato, cujo objetivo é desarticular um esquema criminoso que, supostamente, contava com a participação de empresários, um delegado da Polícia Civil, o então secretário municipal de Infraestrutura de Humaitá, Edvaldo Meireles de Oliveira, conhecido como “Zico da Madeira”, e o advogado Gilmar Guizoni.
Coincidência ou não, há quase três anos, o Ministério Público, por meio do promotor Weslei Machado – 1ª Promotoria de Justiça de Humaitá -, instaurou procedimento administrativo que trazia no seu bojo a necessidade de acompanhar o processo de apreensão, destinação, doação e alienação de madeira apreendida em Humaitá.
À época, com suporte em notícia veiculada por portais em Manaus, o promotor relacionava o nome do delegado Mário Leite de Melo supostamente o envolvido na mercancia irregular de madeiras apreendidas pela Polícia Rodoviária na BR-319 e levada para a Delegacia de Polícia.
De acordo com o procedimento administrativo, a madeira teria sido “doada” pelo delegado à Secretária de Infraestrutura do Município, gestão de Edvaldo Meireles de Oliveira, sem atribuição legal para a materialização do ato.
“A notícia é de que o material doado ilicitamente (pelo delegado) tem sido comercializado pelo secretário Municipal de Infraestrutura, Edvaldo Meireles de Oliveira, com a entrega aos próprios autores dos fatos criminosos geradores da apreensão”, destaca o documento.
O advogado Gilmar Guizoni apontado de intermediar as negociações com o pagamento de valores indevidos ao delegado e ao secretário de Infraestrutura.
Quase três anos depois, a Polícia Federal apontou que os proprietários dos carregamentos apreendidos pagavam propina por meio do advogado investigado para reaver seus bens e que parte do valor era destinado ao delegado envolvido no esquema, que destinava, à título de doação, os bens apreendidos à Secretaria Municipal de Obras de Humaitá para encobrir o crime.
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