A estiagem do Rio Solimões está longe de ser comparada à severa seca do ano passado, fenômeno que abateu fortemente os municípios de Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte e São Paulo de Olivença, todos submetidos a desafios para a navegação e o abastecimento da região.
Mesmo assim, como cautela e caldo de galinha não faz mal à ninguém, a descida repentina do Solimões começa a deixar muita de “orelha em pé”.
“Tá secando com uma rapidez danada, alerta o jornalista Nailson Tenazor, ao avaliar a descida do rio no porto de Tabatinga. “O Javari, também, tá secando muito rápido. Acredito que devemos nos preparar para uma grande seca”, arremata.
Como “gato escaldado tem medo de água fria”, o desenho nada animador que começa a ser formado com a repentina vazante do Solimões, tem arrastado muita gente residente em Tabatinga às redes sociais.
“O rio está secando aqui uma coisa disconforme. Uma média de 1m10cm por dia esta semana. Anoiteceu na água e amanheceu no seco”, comentou um morador. (Veja o áudio)
Um outro morador conversa sobre o assunto com uma professora preocupada com o ritmo da vazante e diz que o rio desceu tanto que até um esqueleto foi achado entre a feira de Tabatinga e à margem do rio. “Será o que falaram vai acontecer, mesmo? Eu tô com medo, agora”, explica.
A notícia de que uma grande seca está à caminho e que pode repetir 2023 é o assunto mais comentado na região do alto solimões. “Mano, tá é secando mesmo. O bagulho vai é ser doido dessa vez. O bodó vai é falar”.
Sobre a estiagem de 2023
Em 2023, algo em torno de 18.172 pessoas moradoras de Benjamin Constant foram atingidas pelo fenômeno, além de 13.467 em Tefé, 8.852 em Uarini, 8.396 em Envira, 5.451 Itamarati e 2.2496 em Jutaí.
Os mais afetados foram os municípios localizados na Calha do Alto Solimões, onde fica Benjamin Constant e São Paulo de Olivença. Além deles, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins fizeram parte da lista.
Em Atalaia do Norte, o rio secou tanto que a empresa de abastecimento não conseguia mais captar água. Mais de 5 mil pessoas fiaram sem acesso à água potável.
Em 2023, a estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento.
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