As duas primeiras apresentações do musical infantil “Curumim, O Último Herói da Amazônia em busca da flor da vida”, aconteceram no sábado (13/05) e no domingo (14/05), no Teatro da Instalação, localizado no Centro de Manaus. Com lotação máxima, a procura do público pela obra mostrou, mais uma vez, a importância do personagem para o cenário artístico cultural no Amazonas.
O 25º Festival Amazonas de Ópera é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), com patrocínio master do Bradesco e apoio cultural do Grupo Atem, além da aprovação na Lei de Incentivo à Cultura.
“Fiquei 40 anos na redação do jornal desenhando e agora, de repente, meus personagens criam vida e vem para o palco da ópera, que é, talvez, o palco mais importante de ópera no país, o Festival Amazonas de Ópera”, declara o autor da obra, o jornalista e cartunista amazonense Mário Adolfo.
“Acho que o quadrinho nunca vai deixar de existir, embora a internet avance, o quadrinho é uma coisa muito prazerosa, porque num quadro só você sintetiza uma ideia (…) Já penso até nesse momento em criar outros espetáculos desse tipo no futuro, sempre com a temática amazônica, defesa do meio ambiente, da floresta”, completou o profissional.
O musical foi composto em parceria com o músico Zeca Torres, que é amigo de Mário Adolfo desde os anos 70. “É um tributo à natureza, biodiversidade, um personagem que eu admiro que é o Curumim, ele defende tudo que eu sempre defendi na minha existência como cidadão. Então, fazer as músicas desse espetáculo foi uma realização mesmo. Estou muito feliz, sobretudo por estar fazendo isso com um cara como o Mário Adolfo, por quem eu tenho maior carinho e admiração”, revelou o artista.
Para o secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Cândido Jeremias, a estreia foi um sucesso. “A gente viu que o Teatro da Instalação ficou pequeno, vão ser três dias de espetáculo e eu quero parabenizar toda equipe do Liceu de Artes e Ofícios, personagens, artistas amazonenses, que estão fazendo uma bela apresentação no palco”, comemorou o secretário, que também consumia os quadrinhos do Curumim quando criança.
“Eu trouxe meu filhinho de dois anos e lembrei das histórias das tirinhas que a gente lia. É fantástico vê-lo saindo do gibi, da literatura, do livro e criar vida. É o início de muitas histórias que ainda vão vir para serem contadas”, finalizou.
A Relações Públicas Tayara Wanderley é mãe da Manuela e levou sua filha para conferir a estreia. “Para mim é uma emoção porque poder apresentar o curumim para ela, ter livro autografado do Mario para minha filha já é emocionante. Poder fazê-la ver de perto e, além disso, passar a minha história, a conscientização que traz toda a peça. É um musical lindo, estão todos de parabéns. Que tenham muitos mais, principalmente infantis”, torceu.
O espetáculo
O personagem é inspirado no filho do jornalista e cartunista, Mario Adolfo Filho, que também seguiu os passos do pai e atua como jornalista no Amazonas. “Eu fico muito orgulhoso de ser o curumim né. O meu filho quando olha o curumim fala: “olha, papai, é você” e agora já dizem que ele que é o curumim, é muito legal ver as futuras gerações consumindo o curumim”, falou orgulhosamente Mário Adolfo Filho.
A produção do espetáculo, feita pela Companhia de Teatro Metamorfose, também ressaltou a importância da estreia. “Quando recebemos o convite, eu e meu companheiro de cena que é o Francisco Mendes assumimos essa montagem. Faz dois meses que estamos trabalhando na montagem. O primeiro momento foi de leitura e o segundo momento foi já para o palco mesmo”, contou Socorro Andrade, diretora artística do espetáculo.
“É muita responsabilidade preparar uma obra dessa grandiosa, dentro de um festival desse. Mas foi muito prazeroso e o resultado é esse também: ver a emoção da plateia, o envolvimento das crianças, trazer a Amazônia para o palco num festival de ópera”, ressaltou a diretora.
“Eu consumia, lia as tirinhas no jornal mas jamais pensávamos que iríamos dar vida ao Curumim. Para nós, foi uma grata surpresa. E a gente, por conhecer a obra, já sabia mais ou menos o tom que ele queria dar ao personagem. Apesar de estar num teatro pequeno, nós fizemos uma coisa muito importante que é fazer com que os personagens criassem vida e transitassem entre as crianças. Vale a pena ressaltar também a parte musical, um arranjo muito bem feito pelo maestro e pela orquestra de violões” finalizou Francisco Mendes, codiretor do espetáculo.
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