Reprodução/TJSP/Redes Sociais

A auxiliar de enfermagem Tatiana Aparecida Vieira, 40 anos, foi encontrada morta, com sinais de agressão no rosto e no pescoço, na tarde dessa quinta-feira (25/12), em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O principal suspeito do crime é o ex-namorado dela, Wesley Roma Palma, de 21 anos, que já tinha uma medida protetiva contra si por causa do histórico de agressão. Ele não havia sido localizado até a publicação desta reportagem.

Vizinhos relataram aos policiais militares que atenderam a ocorrência que a vítima havia mantido um relacionamento com Wesley “marcado por conflitos”. Segundo a vizinhança, teria ido à casa de Tatiana durante a noite do dia anterior (24/12) e deixado o local antes da chegada da PM.

A PM foi acionada após familiares perderem o contato com Tatiana e, também, por receberem informações sobre o que poderia ter acontecido no imóvel.

Entenda o caso

  • De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarulhos, Tatiana Aparecida Vieira manteve uma união estável com Wesley Roma Palma por cerca de dois meses.
  • O relacionamento havia terminado poucos dias antes do registro policial por agressão, feito no início de agosto.
  • No depoimento prestado à Polícia Civil, Tatiana relatou que decidiu encerrar a relação e bloqueou o ex-companheiro em aplicativos de mensagens e no telefone. Segundo ela, Wesley não aceitou o término e passou a procurá-la, mesmo após o rompimento formal.
  • Ainda conforme o relato da vítima, no dia do episódio que motivou o pedido de medida protetiva, Wesley foi até a residência dela, localizada na rua Quimera, no bairro dos Pimentas, e entrou no imóvel pulando a janela.
  • Tatiana afirmou que tentou expulsá-lo e pediu para que ele fosse embora. Nesse momento, Wesley partiu para cima dela e desferiu vários socos, atingindo principalmente o rosto, a região dos olhos e o braço direito.
  • Durante as agressões, Tatiana afirmou ter sido ameaçada de morte. Conforme consta no boletim de ocorrência, Wesley teria dito: “Vou te matar no seu serviço e te enterrar no mato e depois vou fugir para São Paulo, fico foragido, ninguém vai me achar”.
  • O conteúdo da ameaça foi considerado grave pela polícia e fundamentou o enquadramento do caso nos crimes de lesão corporal e ameaça no contexto de violência doméstica, previstos na Lei Maria da Penha.
  • Após o episódio, Tatiana procurou atendimento médico no Hospital Pimentas Bonsucesso, onde recebeu cuidados em razão das lesões sofridas. Em seguida, compareceu à DDM de Guarulhos para registrar a ocorrência e formalizar o pedido de proteção.
  • No depoimento, ela informou que a casa onde morava era própria e que não dependia financeiramente de Wesley. Disse ainda que nunca havia registrado boletim de ocorrência contra ele antes e que o episódio representava um ato isolado.

Pedido de medida protetiva

Ciente dos direitos previstos na Lei Maria da Penha, Tatiana requereu medidas protetivas de urgência, incluindo a proibição de aproximação do agressor, com fixação de distância mínima, a proibição de qualquer tipo de contato e a restrição de frequência a determinados locais, como forma de preservar sua integridade física e psicológica.

A Justiça acolheu o pedido e determinou que Wesley Roma Palma não se aproximasse da vítima a menos de 300 metros, nem mantivesse contato por qualquer meio de comunicação. O descumprimento da decisão poderia resultar em multa e até prisão preventiva, conforme registrado nos autos.

O caso segue sob investigação do 4º Distrito Policial de Guarulhos.

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