Pré-candidato à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) deve anunciar nesta quarta-feira (18) o general da reserva Augusto Heleno (PRP), ex-comandante militar da Amazônia, como vice em sua chapa. Hoje (terça, 17), ao visitar o município paulista de Registro, Bolsonaro prometeu escolher um dos seus para compor a chapa presidencial, segundo o também deputado Major Olímpio (PSL-SP), que o acompanhou no compromisso. Informado sobre a possibilidade, Augusto disse que ainda não foi comunicado formalmente, mas avisou:

“Estou preparado para cumprir a missão, caso ela aconteça, mas não estou pleiteando isso, nem almejando. Eu ainda não fui informado. Isso está para ser decidido, mas sem prazo. Não sei se as coisas se precipitaram.”

O caminho está aberto para Augusto Heleno agora que chegaram ao fim as negociações entre PSL e PR, do senador Magno Malta (ES), com quem Bolsonaro vinha “namorando” – palavra do próprio deputado – para a composição da chapa presidencial. Mas o martelo só será oficialmente batido na convenção do PSL, que será realizada no próximo domingo (22), no Rio de Janeiro.

Responsável pelo quesito segurança pública no programa de governo de Bolsonaro, Augusto Heleno mantém papel de liderança no Exército mesmo na reserva. Em 2004, assumiu o comando das Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, depois do que passou a integrar o Alto Comando do Exército.

Na sequência, em 2008, foi escolhido comandante militar da Amazônia, no segundo mandato do governo Lula (2003-2010). Na época, criticou a gestão petista por ter determinado a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, que considerou uma ameaça ao país na medida em que a região poderia ser palco de conflitos bélicos.

“Nós estamos cada vez mais aumentando a extensão das terras indígenas na faixa de fronteira e caminhando em uma direção que me preocupa. Pode não ser uma ameaça iminente, mas ela merece ser discutida e aprofundada. Poderão representar um risco para a soberania nacional. Há ameaça de conflitos armados, ainda que não sejam iminentes, mas que podem ocorrer, devido ao aumento inegável de tensão em algumas relações bilaterais”, disse o general, em abril de 2008, na abertura do seminário “Brasil, Ameaças a sua Soberania”, realizado no Clube Militar do Rio de Janeiro.

Augusto Heleno é critico da Comissão Nacional da Verdade (CNV), colegiado que atestou a prática de tortura pelas Forças Armadas. O general defende que os militares não devem reconhecer que torturavam, como até a Justiça já reconheceu formalmente, e nem mesmo se desculpar por terem cometido violações aos direitos humanos na ditadura militar (1964-1985). (Congresso em Foco)

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