O ex-médico do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo José Manella Neto virou réu na Justiça Federal por suspeita de omitir, no laudo necroscópico, a tortura do militante político Carlos Roberto Zanirato, 19 anos, em 1969. O episódio ocorreu em meio aos Anos de Chumbo da Ditadura Militar (1964 – 1985). O homem foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de falsidade ideológica e ocultação de cadáver.

O processo vai tramitar na 5ª Vara Criminal de São Paulo. “A acusação está baseada em provas da existência de fato que, em tese, caracteriza infração penal e indícios suficientes de autoria delitiva. Assim reconheço a justa causa da ação penal. […] Ante o exposto, e não oferecido acordo pelo MPF, recebo a denúncia formulada em face do acusado José Manella Neto, e determino a continuidade do feito”, escreveu a juíza Maria Isabel do Prado, titular da 5ª Vara Criminal do estado.

O laudo foi assinado à época por Manella Neto e o também médico Orlando Brandão, já falecido. No documento, os dois reafirmaram que Zanirato, integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), teria morrido após se jogar em frente a um ônibus na Avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo. Com informações de Metrópoles.

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