São Paulo — A Justiça decretou a prisão temporária do ex-namorado de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, cujo corpo foi encontrado na tarde dessa quarta-feira (5/3) com sinais de tortura e decapitado, em uma área de mata de Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo.

A Polícia Civil de Cajamar colheu depoimentos de 14 pessoas, entre elas o ex-namorado da vítima. Ele está foragido, mas diligências estão em andamento para cumprir o mandado de prisão, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Segundo o delegado responsável pela investigação, Aldo Galiano Junior, há inconsistências temporais do depoimento do ex-namorado em relação aos dos demais envolvidos. A fala dele “está fora de todo o contexto da cena que nós reconstituímos em termos de horário”, disse o delegado ao Metrópoles.

O corpo da adolescente foi localizado e reconhecido por familiares por causa de tatuagens no braço e na perna e de um piercing no umbigo. Aldo Galiano Junior explicou que a adolescente foi “muito machucada e a cabeça foi encontrada raspada”, também no local onde o corpo estava.

Em nota, a SSP afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição. Foram requisitados exames periciais e exames ao Instituto Médico Legal (IML) para o corpo da vítima. Os laudos estão em elaboração.

Desaparecida após notar suspeitos

Vitória desapareceu quando voltava do trabalho. Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus em Cajamar e, posteriormente, entrando no transporte público.

Antes mesmo de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.

“Passou uns caras no carro e eles falaram: ‘e aí, vida? tá voltando?’ Vou ficar mexendo no celular, não vou nem ligar pra eles”

Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que a causaram medo.

Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram com ela no transporte público – e um sentou atrás dela.

Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga dizendo que os dois não haviam descido com ela. “Ta de boaça.”

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