Personal Hatus Silveira diz que foi drogado por Djidja Cardoso sem autorização

O ex-personal trainer da família Cardoso, Hatus Silveira, compareceu ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) na manhã desta terça-feira (4) para depor no caso Djidja Cardoso. Acompanhado de seu advogado, Mozarth Bessa, Hatus alega que foi vítima dos familiares Cardoso e a decisão de se afastar foi reforçada quando Djidja aplicou Ketamina nele sem seu consentimento, em um incidente que teria ocorrido em janeiro deste ano.

Em entrevista à imprensa, Hatus confirmou a existência da seita “Mãe, Pai, Vida”, liderada por Djidja Cardoso, sua mãe Cleusimar e o irmão Ademar. Hatus relatou que, durante uma de suas visitas à casa da família para treiná-los fisicamente, foi convidado a se juntar ao grupo. Ele assistiu a um vídeo que explicava as diretrizes da seita, que utilizava o livro “Cartas de Cristo” como guia.

Hatus relatou que, na ocasião, havia aproximadamente sete pessoas presentes, todas sob o efeito de Ketamina. O personal trainer foi convidado a participar da seita, mas recusou.

“Tinha sete pessoas que estavam na sala e uma TV de 50 polegadas que estava em cima, escrito ‘Carta de Cristo’. Quando eu passei por lá, Cleusimar se aproximou e falou: Hatus tu tem que sair da matriz, tem que usar isso. Ela tentou de todas as formas e eu disse: Não, eu conheço isso, isso é droga, eu não vou usar (…) Pediram para eu sentar pra assistir o vídeo, eu sentei, mas eu disse para não aplicarem nada em mim”, afirmou Hatus.

Hatus também mencionou que conhecia Audrey, ex-companheira de Ademar, e Bruno, ex-namorado de Djidja, que estava presente quando a ex-sinhazinha morreu. Ele explicou que foi Bruno quem intermediou o contato dele com Ademar para cuidar da saúde física da família.

Ao chegar à casa dos Cardoso pela primeira vez, Hatus ficou chocado com o estado de saúde de Audrey. “A Audrey era uma menina forte, bonita, quando eu a conheci na academia. Quando eu me deparei com ela na cama, de fralda, com uns 30 ou 40 Kg, eu olhei para ela e disse: Cara, o que é isso?”, contou Hatus.

Hatus afirmou que decidiu abandonar o trabalho após perceber que os clientes estavam em situação deplorável devido ao uso de drogas. “Quando eu vi aquela situação, eles não conseguiam treinar naquele pátio, não conseguiam fazer um agachamento, eu disse: Eu tenho que me afastar disso aqui. Está todo mundo protegendo essa droga, está todo mundo drogado, e ainda estão se prejudicando, simplesmente eu vou embora daqui”, declarou Hatus.

Advogado diz que cliente quer ajudar

O advogado Mozarth Bessa falou com a imprensa minutos antes do cliente, Hatus Silveira, depor no âmbito da Operação Mandrágora, que investiga o uso de ketamina em uma suposta seita que induziria o consumo da droga. 

Mozarth disse que em janeiro deste ano, a substância foi injetada no personal sem o consentimento dele durante uma das visitas profissionais à casa dos Cardoso, no bairro Cidade Nova. 

“Enquanto ele conversava com um dos familiares, a falecida [Djidja Cardoso] veio por trás e aplicou utilizando uma agulha de insulina” disse o advogado, acrescentando que depois deste episódio, Hatus teria encerrado as relações profissionais com a família Cardoso. 

Mozarth disse que a presença de Hatus na delegacia é para ajudar a elucidar o caso. O personal seria testemunha de que havia uma seita que induzia os participantes ao uso da droga ketamina. 

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