
O ex-prefeito de Barcelos, Edson Mendes, voltou ao centro de uma polêmica após o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) abrir investigação para apurar a compra de garrafões de água mineral de 20 litros fora da validade, supostamente adquiridos pela prefeitura durante a estiagem de 2024.
Segundo a Promotoria de Justiça de Barcelos, os produtos seriam distribuídos a moradores de comunidades ribeirinhas afetadas pela seca, mas a operação apresenta falhas graves e indícios de irregularidades.
Falta de documentos e silêncio do ex-prefeito
O Inquérito Civil nº 192.2024.000009, conduzido pela promotora Taize Moraes Siqueira, revela que a atual administração municipal não localizou qualquer documentação referente à compra, tampouco registros de transição formal de governo.
Além disso, o setor de licitações da gestão anterior foi citado por apresentar falhas e inconsistências, levantando suspeitas de atos de improbidade e possíveis crimes administrativos.
O ex-prefeito Edson Mendes foi formalmente notificado pelo MP, mas até o momento não apresentou justificativas nem entregou os documentos solicitados.
A Promotoria advertiu que o descumprimento da requisição poderá resultar em medidas legais mais severas, incluindo responsabilização por obstrução de investigação ministerial.
MP pressiona por respostas e aciona o TCE
Entre as novas diligências, a promotora determinou a reiteração do pedido de informações ao ex-prefeito, concedendo 10 dias úteis para a entrega de:
- cópias dos documentos de aquisição dos garrafões;
- justificativa para a compra de produtos vencidos;
- explicações sobre a ausência de transição formal de governo.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) também foi acionado para que, em até 15 dias úteis, apresente relatórios de auditoria, prestações de contas e eventuais achados de fiscalização referentes ao período de janeiro de 2023 a janeiro de 2025 — incluindo informações sobre a aquisição de água mineral e licitações relacionadas.
Gestão sob suspeita
O caso reforça o cerco judicial sobre a gestão de Edson Mendes, que já havia sido citada em outras situações envolvendo falhas administrativas e ausência de transparência na gestão pública.
Com a investigação em andamento e a falta de resposta por parte do ex-prefeito, cresce a expectativa sobre possíveis responsabilizações criminais e cíveis, caso o MP comprove dano ao erário ou fraude em licitação.










