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Depois de ser protagonista de uma polêmica ao apoiar publicamente o projeto de lei que equipara aborto a homicídio, o ex-preparador físico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino, Diego Falcão, se pronunciou sobre sua demissão. Ele afirma que o argumento apresentado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) foi o clima gerado por ele com as jogadoras da equipe após seu posicionamento público em uma rede social.

Um dia após o técnico José Neto pedir o desligamento por conta da dispensa de Diego Falcão, ressaltando seu alinhamento ideológico com o preparador, Falcão resolveu falar sobre a polêmica envolvendo seus posicionamentos recentes. O pronunciamento veio através de um vídeo.

Segundo Diego Falcão, a diretora de basquete feminino da CBB, Roseli Gustavo, foi quem fez o comunicado de sua saída.

“Ela me confirmou, me falou que eu estava fora da CBB pelo clima que eu criei. Eu perguntei a ela qual o clima que eu teria criado. O único clima que pode ter ocorrido foi pelo post que eu fiz. E ela confirmou: foi pelo post que você fez, as meninas não se sentem mais à vontade de trabalhar com você, e por isso nós estamos te demitindo. Eu respondi: Roseli, ir por esse lado é muito difícil, porque a intolerância religiosa está vencendo o profissionalismo. E eu acho que nem no esporte nem no Brasil pode ser assim”, afirmou Diego.

À época das acaloradas discussões no Congresso Nacional sobre o tema, Diego Falcão fez publicações em suas redes sociais demonstrando apoio ao PL 1904. O texto propõe a equiparação do aborto ao crime de homicídio, inclusive em casos de estupro. Seu posicionamento teria revoltado as jogadoras, que se posicionaram publicamente contra o projeto de lei. A CBB teria ouvido as atletas para, posteriormente, dispensar o preparador.

“Infelizmente algumas atletas caíram nessa isca que esses sites e pessoas fizeram e começaram a interpretar o post de forma negativa e de forma completamente errada o entendimento delas. E elas começaram a fomentar e jogaram na internet o meu nome de forma negativa porque eu trabalhava com mulheres. Esse nunca foi meu objetivo, muito pelo contrário”, afirmou Falcão, que reiterou que sempre teve seu posicionamento contrário ao aborto.

“A única variável que a gente convoca as atletas é a percepção da quadra. Nunca houve no nosso trabalho nenhuma divergência política, social ou religiosa. Quando a gente coloca o uniforme, a gente pensa em uma coisa só: resultado esportivo. Nunca é levado em conta nada que não seja o resultado esportivo. É o que eu acho que ficou à parte em toda essa confusão”, acrescentou.

Após a demissão de Diego Falcão, José Neto pediu demissão do cargo de treinador da Seleção, afirmando precisar seguir “os princípios e valores da minha fé”. Juntos, Diego Falcão e José Neto conquistaram o bicampeonato no Pan-Americano e nos jogos Sul-Americanos. No entanto, a equipe feminina de basquete não conseguiu a classificação para os jogos de Paris 2024. Com informações de Metrópoles.

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