De acordo com as investigações, TH Jóias usava o mandato para intermediar negociações de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, favorecendo diretamente o CV. O parlamentar foi detido em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca (RJ), reforçando a discrepância entre sua vida pública e os bastidores do crime.
Entre os alvos da operação também estão criminosos históricos da facção, como Gabriel Dias de Oliveira (Índio do Lixão), Luciano Martiniano da Silva (Pezão) e Edgar Alves de Andrade (Doca), além de assessores parlamentares e até a esposa de um traficante nomeada em cargo público por indicação do deputado.
Estrutura milionária
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-RJ) cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão em diversos estados. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e valores, além do afastamento de agentes públicos e suspensão de empresas usadas no esquema.
As investigações apontam que a organização criminosa importava armas do Paraguai e equipamentos da China, revendendo inclusive para facções rivais, e infiltrava-se em órgãos públicos para garantir impunidade.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, classificou a operação como um divisor de águas. “Estamos diante de provas que revelam a infiltração direta do crime organizado no poder público. A mensagem é clara: não há blindagem política para criminosos, seja traficante armado no morro ou de terno na Assembleia”, afirmou. As informações são da colunista Mirelle Pinheiro, do site Metrópoles.