Fotos; Divulgação PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), a Operação Linhagem, com o objetivo de desarticular uma poderosa organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no Amazonas. A ação ocorre simultaneamente em Manaus e nos municípios de Presidente Figueiredo, Tabatinga e Santo Antônio do Içá, com o cumprimento de 44 mandados judiciais, sendo 12 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão.

Entre os alvos da operação estão dois ex-vereadores, policiais civis, empresários, além de familiares e laranjas usados para movimentar os recursos ilícitos. Segundo a PF, os principais investigados já possuem antecedentes por tráfico de drogas e articulavam uma estrutura empresarial fictícia para ocultar lucros provenientes da atividade criminosa, que teria movimentado R$ 362 milhões nos últimos três anos.

As diligências tiveram início por volta das 5h, com a participação de 100 agentes federais e apoio de cães farejadores. Em Manaus, os mandados foram cumpridos em condomínios de alto padrão, como o Forrest Hill (Avenida Torquato Tapajós), o São Judas Tadeu (Zona Norte), e imóveis de luxo na Ponta Negra, Zona Oeste da capital. Os locais são apontados como bases operacionais do núcleo financeiro da facção, responsável por lavar o dinheiro obtido com o tráfico.

A investigação, conduzida pela PF em conjunto com o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, revelou que os líderes da organização — membros de uma mesma família — utilizavam helicópteros e embarcações para o transporte de entorpecentes, contando com uma rede de colaboradores institucionais e laranjas, incluindo esposas e funcionárias domésticas, para mascarar as movimentações financeiras.

Há indícios de que parte do dinheiro ilícito foi utilizado para financiar campanhas políticas, o que reforça o nível de infiltração da quadrilha em estruturas públicas. A operação também visa coletar novas provas sobre o esquema, identificar a origem das drogas e outros integrantes da rede criminosa.

Se condenados, os envolvidos podem responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais, com penas que ultrapassam 30 anos de prisão.

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