Antônio Carlos Ferreira era funcionário de carreira da Caixa desde 1989. Em 2003, foi cedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), onde ficou até 2018. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logísitica e Operações do banco, durante a presidência de Pedro Guimarães. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta.
O caso surgiu após uma reportagem revelar episódios de assédio sexual na Caixa entre 2021 e 2022. Os atos, segundo a CGU, ocorreram nas vice-presidências de Estratégia e Pessoas (Viepe) e de Logística e Operações (Vilop) e foram denunciados por meio do canal Contato Seguro da Caixa.
As denúncias, conforme o investigado pela Controladoria, apontavam perseguições a empregados, destituições de funções sem justificativa e práticas reiteradas de assédio sexual.
“Diante da gravidade das acusações e da relevância do cargo envolvido, a apuração foi conduzida pela Corregedoria-Geral da União, que confirmou a veracidade dos relatos. De acordo com a investigação, o assédio moral se manifestava por meio de tratamento desrespeitoso, humilhações constantes, ameaças e constrangimento aos trabalhadores. Já o assédio sexual incluía condutas como elogios inadequados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, gerando intimidação e desconforto às vítimas”, informa a CGU em nota.
Segundo a CGU, a decisão “reforça o compromisso com a criação de um ambiente de trabalho respeitoso e a adoção de medidas firmes contra condutas abusivas. O caso destaca a importância de canais de denúncia e de investigações rigorosas para combater práticas incompatíveis com os valores institucionais.”
Relembre o caso de assédio na Caixa
O então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi alvo de diversas denúncias de casos de assédio moral e sexual praticados por ele contra funcionários do banco.
A primeira reportagem do Metrópoles, publicada em 28 de junho, revelava uma série de casos de assédio.
A partir dos depoimentos de cinco mulheres subordinadas a ele, a reportagem revelou toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, absolutamente incompatíveis com a liturgia esperada na relação entre o presidente do maior banco público do Brasil e funcionárias que davam expediente nos arredores de seu gabinete.