As exportações de suco de laranja do Brasil atingiram 1,07 milhão de toneladas na safra 2021/22, alta de 5,33% em relação à temporada anterior, em meio a um crescimento firme nos embarques para a China e leve avanço aos EUA, informou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). – Reportagem de Nayara Figueiredo

O aumento ocorreu mesmo diante de gargalos no setor produtivo, que enfrentou ajustes na oferta da bebida ao longo da temporada após problemas climáticos que afetaram as lavouras no ano passado.

No fim do ciclo, no entanto, houve uma pequena recuperação na disponibilidade do produto que permitiu o avanço na exportação do maior fornecedor global de suco de laranja, disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

“Essa foi uma das safras mais difíceis dos últimos anos, com uma oferta pequena de fruta aliada a problemas decorrentes de seca e geadas”, afirmou.

Com os embarques de suco (FCOJ Equivalente a 66º Brix), o faturamento acumulado na safra 2021/22 alcançou 1,622 bilhão de dólares, alta de 6,95%, mostrou o levantamento da entidade com base em dados do governo federal.

A Europa continua sendo o maior mercado comprador da bebida brasileira, com participação de 63,6%, porém diminuiu em 5,64% as importações comparadas ao ciclo anterior, para 614.190 toneladas.

O faturamento obtido com embarques aos europeus, por sua vez, somou 1,038 bilhão de dólares, 5,87% acima dos 981 milhões vistos no ciclo anterior.

Já a China importou na safra o total de 77.477 toneladas, 33,56% a mais do que na temporada anterior. Em faturamento, as exportações cresceram 24,35%, para 91 milhões de dólares.

Os Estados Unidos seguem como um mercado consolidado, representando 20,75% das vendas totais do produto brasileiro, e aumentou em 1,21% as aquisições em 2021/22, para 200.558 toneladas.

Em receitas, as vendas aos americanos foram de 362,5 milhões de dólares, crescimento de 21,98%.

Para a próxima temporada, de 2022/23, o executivo da CitrusBR alertou que os estoques globais estão baixos, o que pode favorecer os embarques brasileiros.

“A tendência é que haja um aumento do fluxo de exportações no segundo semestre de 2022, justamente para recomposição desses estoques nos diversos terminais mundo afora e, aos poucos, essas exportações vão se acomodando, mas há um longo caminho pela frente”, disse ele.

Do ponto de vista de produção, a projeção mais recente do instituto de pesquisa Fundecitrus indica que a safra de laranja 2022/23 da principal área citrícola do Brasil, situada em São Paulo e Minas Gerais, deve crescer 20,5%, para cerca de 316,9 milhões de caixas de 40,8 kg.

A estimativa é bem próxima da média das safras vista nos últimos anos, o que contribui para a oferta do produto que será exportado.

(Istoé)

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