
As exportações de ouro do Brasil aumentaram 60% no primeiro semestre de 2025, segundo dados apresentados nesta terça-feira (5) pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
Na avaliação de Julio Nery, diretor de Assuntos Minerários do Ibram, o salto nas vendas deve-se, principalmente, à instabilidade nos mercados causada pelas tarifas anunciadas por Donald Trump.
Nery explica que, diante da alta volatilidade global, cresce a tendência de utilização do minério como reserva de valor.
O preço médio do ouro no semestre registrou alta de 39,3%, o que contribuiu para o avanço das exportações em valor.
O diretor acrescenta que diversos países consideram o ouro um mineral estratégico — fator que, segundo ele, deve ser levado em consideração na elaboração da política nacional para minerais críticos e estratégicos.
O ouro é utilizado na fabricação de componentes eletrônicos, como placas de circuito e conectores. Esses itens são revestidos em ouro para garantir maior condutividade e resistência à corrosão.
Os números foram apresentados em coletiva de imprensa para apresentar dados do setor mineral relativos ao primeiro semestre de 2025.
Entre janeiro e junho, o saldo da balança mineral somou US$ 16,01 bilhões, o equivalente a 53% do superávit total da balança comercial do país no período, que foi de US$ 30,09 bilhões.
As exportações minerais atingiram US$ 20,1 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 4,1 bilhões nos seis primeiros meses do ano.
O minério de ferro foi responsável por 63% das exportações.
A China foi o principal destino do minério brasileiro, respondendo por 68% das exportações do setor. Já as importações vieram principalmente dos Estados Unidos (22%), Rússia (20%), Austrália (12%) e Canadá (12%).
Segundo o instituto, o faturamento do setor no semestre foi de R$ 139,2 bilhões, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2024. O minério de ferro respondeu por 53% desse total.
O faturamento dos minerais críticos subiu 41,6% no período.
Além disso, o setor mineral gerou mais de 5 mil novos empregos neste ano e arrecadou R$ 48 bilhões em impostos e tributos, um crescimento de cerca de 7,5%.
Com informações de CNN Brasil.










