A comunidade da Boca da Valéria, em Parintins, foi palco de um espetáculo inédito na noite do último sábado (16). A primeira edição da exposição noturna “Palafita & Arte” emocionou moradores e visitantes ao transformar 38 casas em verdadeiras telas vivas, unindo pintura, iluminação cênica e a força simbólica da floresta amazônica.
Arte e pertencimento
As fachadas das palafitas foram pintadas por artistas de várias regiões do país, retratando animais ameaçados de extinção e elementos que representam tanto a força quanto a fragilidade da Amazônia. Ao anoitecer, cada casa foi iluminada, criando uma constelação refletida nas águas do rio, que se tornou parte do espetáculo.
O idealizador do projeto, o artista Freyzer Andrade, destacou a emoção do momento.
“O que vimos aqui não é apenas arte. É a vida real transformada em poesia visual. A floresta virou palco, o rio se fez espelho e os moradores se tornaram protagonistas de uma narrativa que pertence a todos nós”, afirmou.
Protagonismo da comunidade
Catorze moradores participaram como atores de uma dramaturgia coletiva, entrelaçando memória, identidade e encantamento em uma experiência que, segundo Andrade, nenhum estúdio de cinema poderia reproduzir. O ápice da noite veio com o lançamento de lanternas flutuantes sobre bases de aninga, que deslizaram pelo rio em uma coreografia de luzes, reflexos e espiritualidade.
“Cada cor, cada luz e cada movimento refletido foi pensado como uma sinfonia. Mas, no fim, foi a vida real, com sua beleza indomável, que deu ao espetáculo a sua grandeza”, completou o artista.
Apoio cultural
A realização do evento foi do Instituto Serra da Valéria, com apoio da Amazon Best e da Coral Tintas. O empresário Valdo Garcia, articulador da parceria com a fabricante de tintas e incentivador da cultura amazônica, destacou a relevância do projeto:
“A beleza de Parintins transcende o Festival e a arte da nossa gente é sempre surpreendente e mágica.”
Próximos passos
Além de marcar a memória da comunidade, o evento será eternizado em um filme que será lançado em setembro de 2025. O documentário registrará cada detalhe da noite que, para muitos, consolidou a Boca da Valéria como um novo símbolo da resistência cultural e da criatividade amazônica.











