Foto: Tânia Rêgo/Agência Bras

Um levantamento de inteligência divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que integrantes da alta cúpula do Comando Vermelho (CV) ligados ao Amazonas e a outras regiões pagam valores que variam entre R$ 50 mil e R$ 150 mil para se abrigarem em esconderijos no Rio de Janeiro — especialmente nos complexos da Penha e do Alemão — em uma espécie de “home office” do crime.

A estratégia, segundo as apurações, inclui escolta armada e abrigo protegido para manter a atuação da facção mesmo fora de seu estado de origem.

“Condomínios do crime” no Rio e atuação interestadual

Autoridades do Rio apelidaram essas áreas de luxo ou de blindagem como “condomínio do crime”. O secretário de Segurança do Amazonas chegou a afirmar que “o Comando Vermelho no Amazonas tem 13 líderes, e a informação é de que os 13 estão na Penha ou no Alemão”.

A megaoperação das polícias do Rio resultou em 121 mortos — sendo quatro agentes de segurança — e dezenas de identificações, das quais vários eram de outros estados, reforçando a conexão interestadual da facção criminosa.

Impacto no Amazonas e na segurança pública

Os números reforçam que a atuação do Comando Vermelho vai além dos limites do Rio de Janeiro e alcança estados como Amazonas, Pará, Bahia, Goiás, Ceará e outros. A atuação de criminosos de fora do Rio e o pagamento para serem abrigados em regiões controladas da facção dificultam o trabalho de inteligência e ampliam o alcance da organização.

Esse cenário coloca desafios estruturais para a segurança pública: não se trata apenas de tráfico local, mas de uma rede que opera em múltiplos estados com apoio logístico e financeiro complexo.

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