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A fala do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, sobre Belém durante discurso no Congresso Alemão do Comércio repercutiu mal entre aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Parlamentares governistas reagiram, nesta segunda-feira (17/11), após vir a público fala de Merz sobre jornalistas que o acompanharam na COP30 que teriam ficado “contentes” por retornar à Alemanha ao fim da Cúpula de Líderes realizada na capital paraense.

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) classificou o comentário como uma completa demonstração de arrogância.“Vergonhosa a fala de Friedrich Merz sobre Belém. Não tem como levar a sério um líder que fala em proteção climática, mas demonstra incômodo ao pisar na maior floresta do planeta. Belém não é desconforto; desconforto é a arrogância europeia fantasiada de diplomacia”, escreveu.

Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) ironizou o chanceler e cobrou a liberação de recursos para o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), prioridade do governo brasileiro na COP30.

“Merz, obrigado pela visita em Belém. Mas da Alemanha e dos demais países ricos, nós queremos mais o dinheiro para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre do que propriamente a sua presença aqui. Estamos aguardando alegres. Abraço ao povo alemão!”, disse.

Contexto das declarações

A repercussão começou após o chanceler alemão comparar desfavoravelmente Brasil e Alemanha em evento com o setor varejista.

“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estávamos”, afirmou, ao defender que os alemães vivem “em um dos lugares mais bonitos e livres do mundo”.

O discurso foi feito poucos dias após sua participação em Belém, onde se reuniu com Lula e declarou que a Alemanha pretende contribuir com um “valor significativo” para o TFFF — embora não tenha anunciado nenhuma cifra, o que frustrou a equipe brasileira

Segundo informações da Deutsche Welle, a confirmação alemã deve sair nos próximos dias. O fundo, que busca arrecadar US$ 10 bilhões, já conta com aportes de Noruega, França, Indonésia, Holanda e Portugal.

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