A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) classificou o comentário como uma completa demonstração de arrogância.“Vergonhosa a fala de Friedrich Merz sobre Belém. Não tem como levar a sério um líder que fala em proteção climática, mas demonstra incômodo ao pisar na maior floresta do planeta. Belém não é desconforto; desconforto é a arrogância europeia fantasiada de diplomacia”, escreveu.
Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) ironizou o chanceler e cobrou a liberação de recursos para o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), prioridade do governo brasileiro na COP30.
“Merz, obrigado pela visita em Belém. Mas da Alemanha e dos demais países ricos, nós queremos mais o dinheiro para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre do que propriamente a sua presença aqui. Estamos aguardando alegres. Abraço ao povo alemão!”, disse.
Contexto das declarações
A repercussão começou após o chanceler alemão comparar desfavoravelmente Brasil e Alemanha em evento com o setor varejista.
“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estávamos”, afirmou, ao defender que os alemães vivem “em um dos lugares mais bonitos e livres do mundo”.
O discurso foi feito poucos dias após sua participação em Belém, onde se reuniu com Lula e declarou que a Alemanha pretende contribuir com um “valor significativo” para o TFFF — embora não tenha anunciado nenhuma cifra, o que frustrou a equipe brasileira
Segundo informações da Deutsche Welle, a confirmação alemã deve sair nos próximos dias. O fundo, que busca arrecadar US$ 10 bilhões, já conta com aportes de Noruega, França, Indonésia, Holanda e Portugal.