A falta de motoristas de caminhão criou uma crise de abastecimento de combustível e comida no Reino Unido, nesta semana. Segundo o Financial Times, a maior parte dos 8 mil postos de abastecimento do país estão completamente sem gasolina, nesta terça-feira (28/9).
Representantes dos “trabalhadores essenciais”, profissionais de saúde e motoristas de táxis e de aplicativo, pedem que autoridades deem prioridade ao grupo no abastecimento. A medida, no entanto, não foi implementada pelo governo, que alega que a crise deve ter fim nos próximos dias.
A questão, segundo as empresas, não é falta de combustível, mas de motoristas qualificados para entregar o material. Restaurantes e mercados também sofrem com o mesmo problema, com prateleiras vazias desde o início do mês.
A crise, entretanto, tomou proporções maiores nos últimos dias, quando a gigante de petróleo no Reino Unido, BP, anunciou que teria que fechar alguns de seus postos temporariamente em função da escassez de caminhoneiros.
“Há uma escassez de motoristas há muito tempo, não é nada novo. Mas, assim que falamos para o povo ‘temos uma escassez’, as pessoas tendem a reagir”, disse o Secretário de Estado dos Transportes do país, Grant Shapps.
Causas da crise
Segundo a BBC, há uma carência de 100 mil motoristas de caminhão no país. Há várias razões para que essa crise tivesse início, entre elas, o Brexit. A saída do Reino Unido da União Europeia fez com que mudanças na política de impostos e novas e mais rígias leis de imigração fossem implementadas. Assim, diversos motoristas deixaram o país em busca de destinações com menos restrições.
Outro motivo é a pandemia. Muitos imigrantes voltaram para seus países de origem e centros de treinamento para novos motoristas não funcionaram durante o período de quarentena. No total, em 2020, houve uma diminuição de 25.000 candidatos para vagas de motorista em comparação a 2019.
Governo anuncia medidas
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou um relaxamento nas leis para oferecer vistos temporários a caminhoneiros de outros países. Além disso, o exército disponibilizou 150 militares para entrega de combustível, caso seja necessário.
Autoridades afirmaram que existem sinais de que a crise esteja chegando ao fim, mas as empresas resposáveis pelos postos de gasolina ao redor do país anunciaram que a demanda não diminuiu. Com informações de Metrópoles.
