Pelo segundo dia consecutivo, familiares dos reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza protestaram na passagem de Kerem Shalom, aprovada em dezembro como entrada “temporária” de ajuda humanitária ao enclave palestino, visando impedir a passagem dos comboios até que os cativos fossem libertados. O protesto desta quinta-feira ocorre três dias após parentes dos reféns terem invadido uma sessão do Parlamento, em Jerusalém, um sinal do endurecimento das manifestações.
Fotos da travessia mostraram um pequeno grupo de manifestantes segurando cartazes com rostos das vítimas. O Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, grupo que representa os familiares dos israelenses sequestrados e levados para Gaza durante o ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro, disse que o objetivo do protesto desta manhã era “interromper a ajuda ao Hamas até que todos os reféns voltassem [para casa]”.
— Os nossos soldados estão lutando em Gaza e estamos fornecendo suprimentos ao Hamas — disse Danny Elgarat, cujo irmão de 69 anos, Itzik, foi sequestrado da sua casa no Kibutz Nir Oz.
Elgrata, que participou dos protestos de quarta-feira, afirmou à televisão israelense que “simplesmente não é aceitável que os soldados se coloquem em risco lutando em Gaza, e os terroristas que eles combatem recebam de nós combustível e alimentos”. Ele também alegou que os combatentes do Hamas roubam suprimentos humanitários que chegam ao enclave e que os civis recebem apenas “as sobras”, uma informação comumente partilhada em Israel, mas que foi negada por autoridades do grupo.
O drama de reféns israelenses mantidos pelo Hamas
— [Venham] para a passagem da fronteira e parem a ajuda humanitária com os seus corpos — conclamou Elgrata, citado pelo Times of Israel.
As manifestações de quarta-feira na passagem forçaram 114 caminhões que transportavam ajuda humanitária a buscarem a rota alternativa de Rafah, único ponto de trânsito sob controle egípcio, informou a Organização das Nações Unidas (ONU). A passagem foi aberta para a entrada de comboios em outubro e para civis, em novembro. Em sua atualização diária, o gabinete da agência afirmou que os manifestantes detiveram os comboios na travessia durante horas. Apenas nove caminhões conseguiram passar pelo posto de controle no sul de Israel.
Ao todo, 153 caminhões de alimentos, remédios e outros suprimentos entraram pelas duas travessias na quarta, informou a agência — um valor ainda aquém do que o necessário. Antes da guerra, entravam cerca de 300 a 500 comboios no enclave, segundo a organização Médico Sem Fronteiras (MSF). Os familiares dos reféns acreditam que impedir que a ajuda chegue a Gaza aumentará a pressão sobre o Hamas para libertar os reféns. Um dia antes, a ONU afirmou que mais de meio milhão de palestinos do enclave enfrentam uma “fome catastrófica”.
Protestos dos familiares
Famílias reféns e apoiadores tomaram medidas mais agressivas nas últimas semanas para exigir a libertação dos seus entes queridos. Na segunda-feira, um grupo de parentes dos cativos invadiu uma sessão de uma comissão parlamentar em Jerusalém, exigindo que os parlamentares “fizessem mais” para tentar libertá-los. Na noite anterior, em um protesto organizado pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, familiares montaram tendas em frente à casa do premier para exigir um novo acordo.
O Hamas e outros grupos terroristas aliados, como a Jihad Islâmica, sequestraram 250 pessoas pessoas durante o ataque terrorista em outubro do ano passado — que deixou também 1,2 mil pessoas mortas, segundo as autoridades israelenses. Israel afirma que 25 reféns morreram — três por engano, em dezembro, atingidos por soldados israelenses. A morte de outros dois cativos foi anunciada pelo Hamas na semana passada, e confirmada pelo kibutz Be’eri.
Em novembro, no último acordo entre as partes, mediado pelos EUA, Egito e Catar, 110 cativos foram libertados em troca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses. Contudo, acredita-se que cerca de 130 reféns ainda permaneçam no enclave palestino. Um outro acordo chegou a ser negociado em dezembro, mas sem sucesso.
Desde então, os mediadores apresentaram vários planos nas últimas semanas, até agora com poucos progressos evidentes. A duração de um cessar-fogo proposto variou de semanas a meses. Diversos oficiais de segurança do país, tanto atuais quanto antigos, sugeriram que fazer um acordo com o Hamas seria a única maneira de trazer os reféns de volta com segurança para Israel.
Segundo o site Axios, Israel fez uma proposta, por meio de negociadores cataris e egípcios, de uma trégua de até dois meses com parte de um acordo mais amplo que incluiria a libertação de todos ao reféns. Na última semana, diversos oficiais de segurança israelenses, tanto atuais quanto antigos, sugeriram que fazer um acordo com o Hamas seria a única maneira de trazer os reféns de volta com segurança para Israel. Netanyahu, no entanto, tem se mostrado irredutível, rejeitando repetidamente a ideia de um cessar-fogo em Gaza e de um acordo com o Hamas.
A passagem de Kerem Shalom
Kerem Shalom, na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, no sul, é uma das duas passagens através das quais a ajuda humanitária entra no enclave palestino. A maior parte transita pela passagem de Rafah, que faz fronteira com a Península do Sinai egípcia. A rota foi aberta em dezembro, após pressão dos Estados Unidos para acelerar o fluxo de ajuda humanitária aos palestinos, onde a maioria dos mais de milhões de civis do território enfrenta uma escassez extrema de fornecimentos básicos e passa fome. Naquela época, Israel disse que estava comprometido com a entrada de 200 camiões por dia, mas a taxa ficou muito aquém dessa meta, com uma média de cerca de 130.
Praticamente sem bens comerciais disponíveis dentro de Gaza, seus mais de 2 milhões de residentes dependem da ajuda humanitária para sobreviver, afirmam agências internacionais e grupos de ajuda. A ONU disse que desde a sua reabertura, cerca de um quinto da ajuda tem passado por Kerem Shalom.
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