FOTOS: Nathalie Brasil/Fapeam

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) realizou, nesta segunda-feira (25/3), o 1º Evento de Acompanhamento do Programa Inova Amazônia – Módulo Tração, Chamada Pública Nº 001/2023, realizado em parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O encontro ocorreu na sede da Fapeam, no bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus.

No total, 19 empresas selecionadas no edital participaram da atividade, que teve como objetivo apresentar os produtos e serviços desenvolvidos aos parceiros institucionais e à equipe de operação do Programa, no Amazonas, em formato de picth (apresentação direta e curta) com duração de até quatro minutos.

Com investimento de R$ 780 mil para fomentar bolsas na modalidade Bolsa Sócio Empreendedor (BSE), o Programa Inova Amazônia- Módulo Tração tem o objetivo fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia, e que tenham como premissa à preservação e uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma Amazônia.

Participaram da mesa de abertura do evento a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales Mendes Silva, a consultora de Negócios do Sebrae, Miza Arruda, o CEO da E-Mercado-Plataforma de Experiência Digital, Flávio Montenegro, e a analista de inovação da Aceleradora Corporativa da Neo Ventures, Márcia Silva.

Na oportunidade, Márcia Perales, destacou que a Fapeam nos últimos cinco anos teve um crescimento excepcional, em função do apoio do Governo do Amazonas que reposicionou a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como área estratégica para o desenvolvimento econômico e socioambiental do estado.

Além dos investimentos para área, a diretora-presidente da Fapeam também reforçou a importância das etapas de acompanhamento e de avaliação que contribuem para o processo exitoso dos projetos, possibilitando correções no plano, antes da finalização, e enfatizou sobre os seminários promovidos pela instituição.

“É um momento sempre muito importante, não somente em função das trocas de conhecimento, mas da identificação de potencialidades e fragilidades no processo, que permitem ter a condição de refazer a rota, porque foi possível mapear. Esse aqui é um momento importante, para que possamos ter tudo isso e ser uma parceria muito exitosa”, disse Márcia Perales destacando ainda as parcerias institucionais, especialmente do Sebrae em âmbito nacional e estadual.

Durante o evento, a consultora de Negócios do Sebrae Amazonas, Miza Arruda, agradeceu a parceria com a Fapeam enfatizando que esta deve gerar frutos positivos. Ela salientou ainda sobre a importância de fomentar a ciência aliada ao empreendedorismo, negócios e inovação.

“Só temos a crescer e fortalecer o nosso estado enquanto grande provedor dessa floresta que temos, e que tem muito a dar, contribuir, mas ela tem que se manter e tem que ser de forma sustentável” observou.

Projetos

Um dos projetos apresentados foi o da Empresa Amazônia Smart Food, coordenado pela empreendedora Priscila Rodrigues Almeida, que trabalha no desenvolvimento de proteína vegetal de base amazônica. Entre os produtos estão hambúrgueres de tucumã, assim como almôndegas, linguiças e hambúrgueres de açaí, com mais proteína do que os similares feitos com carne, 100% natural, sem glúten, sem transgênicos e a sua composição totalmente clean label (rótulo limpo), que permite que qualquer pessoa consiga identificar os ingredientes contidos.

“Começamos com a proteína, já temos outros produtos no radar. Começamos também o desenvolvimento de proteínas através do tucumã concentrado e isolado. Já também fechamos um representante comercial em Miami e um representante comercial na França, e com isso, a gente consegue levar o desenvolvimento da sociobiodiversidade da Amazônia”, disse.

Sob a coordenação do empreendedor, Alexandre Kadota, outra empresa que apresentou projeto foi o UEBU Tecnologia da Informação, que tem como proposta a fabricação de unidades móveis de reciclagem de plásticos pós-industrial que não possuem viabilidade econômica de reciclagem, que atualmente são considerados rejeito e destinados à incineração, através do upcycling, produzindo peças de uso permanente com design ecológico.

“É através de pequenos equipamentos semi-industriais, muito mais baratos, com pouco mais de produtividade do artesanato, a gente gerar design, gerar valor, agregando design a produto. Então, nós podemos fazer placas, e como elas, por exemplo, podemos fazer a reforma de mobiliário escolar e armação de óculos, base de relógio. São vários produtos que podem ser feitos”, explicou.

A empresa UIKA, coordenada pela empreendedora Camila Couto de Matos, foi outro projeto apresentado, que desenvolve estratégias de tração para potencializar o crescimento e a competitividade da empresa de ecoturismo e economia criativa na Amazônia, alinhando-as às demandas da era digital, às mudanças climáticas e aos princípios de sustentabilidade.

“Hoje a gente atua só no Amazonas em três unidades de conservação: as Reservas de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro e do Branco Conquista e Área de Proteção Ambiental Rio Negro, que fica no percurso próximo do que eu chamo ali de Rio Negro e Anavilhanas. Hoje a gente já conseguiu, ao longo desses anos, fazer uma expansão também para o Pará. Atualmente, estamos em Presidente Figueiredo; tem roteiros em Manaus e temos roteiros em comunidades tanto ribeirinhas quanto indígenas”, explicou.

Segundo Camila, a ideia também é sempre mostrar ao viajante o que as comunidades já estão fazendo em relação a projetos de desenvolvimento sustentável, o estilo de vida do amazônida da cidade até a floresta.

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