Agora, a farinha do Uarini é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Amazonas, conforme a Lei nº 6.794/24. Figura de destaque na agricultura familiar amazonense, a produção do item alimentício é incentivada pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), por meio das atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).

Atualmente, o estado conta com mais de 70 mil agricultores familiares e produtores rurais que, entre outras culturas, se dedicam à produção do alimento para subsistência e comercialização. A produção do item no estado é de 154,1 mil toneladas de farinha das categorias d’água, seca do Uarini está inserida, segundo o Relatório de Atividade (RAT) do Idam referente ao ano de 2023.

Para o diretor-presidente do Idam, Vanderlei Alvino, o destaque dado ao item alimentício é compreensível e merecido. “Muito conhecida, também como caviar amazônico, a farinha do Uarini, além de ser uma ‘queridinha’ na cesta básica do amazonense, é fonte de emprego e renda para milhares de agricultores familiares, ou seja, alimenta a população e é um dos carros-chefes do setor-primário amazonense”, disse.

O presidente destacou também que o instituto não tem medido esforços no fortalecimento da produção de farinha de todos os tipos no Amazonas, e isso inclui a do Uarini. “É um trabalho essencial e desenvolvido a partir de Ater, que visa impulsionar a produção de mandioca e garantir maior qualidade aos vários tipos de farinhas, como a do Uarini”, relatou.

A matéria-prima

A farinha tem como matéria-prima a mandioca, cuja produção também é incentivada pelo Idam e que, em 2023, somou 168,4 mil toneladas. Entre os municípios de destaque na produção da raiz, segundo o RAT, estão Manacapuru (14,4 mil toneladas), Tefé (14 mil toneladas) e Manicoré (7,2 mil toneladas). A cultura também é beneficiada com o Projeto Prioritário (PP), que atende aproximadamente três mil produtores rurais.

O PP intensifica a assistência ofertada ao agricultor familiar, com cursos de capacitação, uso de novas tecnologias, utilização do trio da produtividade (escolha da maniva, espaçamento e limpeza da área), implantação de Unidades Demonstrativas e Unidades de Observação, entre outros métodos.

O objetivo do PP, segundo o gerente de Produção Vegetal (GPV), Luiz Herval, é auxiliar o agricultor familiar a melhorar a produtividade da mandioca e, também, de produtos (como a farinha) e subprodutos originados a partir da raiz.

“O Idam tem acompanhado as novas tecnologias voltadas às culturas produzidas no estado e, com isso, capacitado técnicos e produtores rurais para exercerem seu trabalho de forma cada vez mais eficaz. Isso se dá por meio de PP’s, como o da mandioca, implantação de Unidades Demonstrativas (UD) e o Dia de Campo, iniciativas que levam mais conhecimento sobre as novas tecnologias aos produtores”, avaliou o gerente.

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