A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano, provocou uma comoção mundial e reacendeu reflexões sobre seu legado em defesa do meio ambiente e da justiça social. Entre os diversos reconhecimentos ao pontífice, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) ressaltou sua forte ligação com a Amazônia e sua atuação em pautas ecológicas de relevância global.
Desde o início de seu pontificado, Francisco demonstrou profundo interesse pela floresta amazônica e pelos povos que nela vivem. Sua preocupação ficou evidente em documentos como a encíclica Laudato Si’, que chamou a atenção para os impactos das ações humanas sobre o planeta, e na exortação apostólica Querida Amazônia, na qual destacou a importância de proteger a região e garantir os direitos das comunidades tradicionais.
A relação da FAS com o Vaticano se fortaleceu especialmente por meio de Virgilio Viana, superintendente-geral da fundação, que, em 2021, tornou-se o primeiro brasileiro a integrar a Pontifícia Academia de Ciências Sociais (PACS), um dos mais importantes organismos consultivos do Vaticano. A nomeação foi oficializada em 2022, na Sala do Consistório, no Palácio Apostólico.
“Francisco sempre demonstrou sabedoria, sensibilidade e uma luz especial. Tive o privilégio de encontrá-lo algumas vezes e trocar ideias que me marcaram profundamente. Agora é tempo de revisitar seus ensinamentos e refletir sobre como podemos colocá-los em prática — principalmente na defesa da natureza, das igualdades e da justiça social”, declarou Virgilio, ao comentar a perda do pontífice.
A atuação da FAS junto ao Vaticano também se estendeu a eventos estratégicos. Em maio de 2024, a fundação participou do encontro internacional “Da Crise Climática à Resiliência Climática”, promovido pela PACS. Na ocasião, Virgilio Viana palestrou sobre soluções baseadas na natureza, enquanto Rosa dos Anjos, coordenadora da Agenda Indígena da FAS e representante do povo Mura, entregou pessoalmente um presente dos povos originários ao Papa Francisco.
Francisco será lembrado não apenas como líder religioso, mas como uma das vozes mais consistentes na luta contra a degradação ambiental e as desigualdades. Para a FAS, seu legado é um chamado permanente à responsabilidade coletiva pelo futuro do planeta.
