A Federação Nacional dos Jornalistas, por meio da Comissão de Mulheres, em nota se solidarizou com a jornalista Auxiliadora Tupinambá, conhecida como Dora, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas (SJP-AM), vítima de ataques machistas e ódio destilado por meio das redes sociais na quarta-feira (04/03).
Dora Tupinambá foi agredida virtualmente pelos seguidores do também jornalista José Siqueira Barros Junior, o Sikêra Júnior apresentador da TV A Crítica, de Manaus; que utilizou seu perfil no Instagram para atacar a presidente do SJP-AM por nota de repúdio emitida pela entidade sindical contra a conduta antiética do profissional de televisão.
No último fim de semana, Sikêra Júnior publicou um vídeo em suas redes sociais digitais desqualificando os jornalistas. Tal postura foi condenada pelo Sindicato da categoria no Amazonas, uma vez que a fala do apresentador de TV agrediu a função social e a ética do Jornalismo.
Descontente com a manifestação pública do SJP-AM, Sikêra Júnior divulgou, na quarta-feira (04/03), imagens da presidente do Sindicato no Instagram, em tom de deboche, com a legenda “Essa e Dora tupinambá Presidente do sindicato dos Jornalistas do AMAZONAS. A que fez nota de repúdio contra mim! Tá explicado” (SIC).
O que se segue à postagem do apresentador é uma série de insultos e ofensas de cunho machista à jornalista, que é a representante do Amazonas na Comissão de Mulheres da FENAJ. A Federação repudia a atitude do apresentador de expor uma dirigente sindical e alimentar ataques em função do seu gênero.
Sikêra Júnior é conhecido nacionalmente por expor, nos programas que apresenta, seu machismo, sexismo e misoginia – condutas intoleráveis a um profissional do Jornalismo e que ferem o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Em 2018, quando trabalhava na TV Arapuan, na Paraíba, o apresentador agrediu, em seu programa, uma jornalista e cantora de rap paraibana por ela ter se posicionado de maneira contrária às suas falas machistas.
A FENAJ reforça que as emissoras de televisão são concessões públicas e, portanto, seus funcionários devem cumprir a legislação brasileira e os tratados internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário. Dessa forma, a Comissão de Mulheres da FENAJ exige da TV A Crítica que tome providências com relação ao comportamento de Sikêra Júnior, que costumeiramente destila preconceito e ódio por onde passa.
No mês de luta das mulheres, a FENAJ coloca-se à disposição de todas as vítimas do apresentador, na pessoa de Dora Tupinambá. E reafirma que não se calará diante de figuras que maculam o real propósito do trabalho dos jornalistas e do próprio Jornalismo, uma vez que é dever do profissional defender os direitos do cidadão e da cidadã, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias.