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Indicada ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz dramática pelo filme “Ainda Estou Aqui”, Fernanda Torres, 59, está vivendo um momento único em sua carreira. A atriz brasileira, conhecida por sua versatilidade e intensidade nas telas, encara a competição ao lado de gigantes como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Pamela Anderson e Tilda Swinton. Apesar da euforia, ela mantém uma visão realista sobre suas chances. “A chance de alguém falando português levar um prêmio desse tamanho é praticamente nula”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo.

Mesmo assim, a ocasião é de celebração para Fernanda, que está em Los Angeles para a cerimônia, que ocorre neste domingo (5). “Só de estar indicada para uma categoria tão incrível, de atriz em drama, eu já estourei meu champanhe”, disse. No longa, dirigido por Walter Salles, Torres interpreta Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, uma personagem profundamente marcada pelas memórias da ditadura militar brasileira.

Um papel transformador e a força de uma história universal – “Ainda Estou Aqui” estreou no Festival de Veneza, onde foi aclamado pela crítica e premiado pelo melhor roteiro. Além da categoria de melhor atriz, o filme concorre como melhor filme internacional, consolidando a força do cinema brasileiro em um cenário dominado por grandes produções de Hollywood. Para Fernanda, a história ressoa além das fronteiras nacionais: “uma tragédia grega de uma família”. “Isso toca as pessoas independente de nacionalidade, do credo ou da crença política. É uma tragédia, mas que não te deprime porque é uma família que resistiu, e resistiu sorrindo”.

Walter Salles, diretor de sucessos como “Central do Brasil” e “Diários de Motocicleta”, traz em “Ainda Estou Aqui” uma narrativa íntima, filmada em uma casa na Urca, no Rio de Janeiro. Para Fernanda, o impacto do longa vem de sua autenticidade. “A gente só queria dar conta da Eunice, ser fiel a ela. E sendo pequeno e fiel à Eunice, a gente ganhou o mundo”.

Preparativos, pressão e conexão com o Brasil – Antes da grande noite, Fernanda passou por uma verdadeira maratona de provas de roupas para o tapete vermelho. “O tapete vermelho é uma indústria paralela nessas grandes premiações”, explicou. Ao lado do stylist Antonio Frajado, experimentou cerca de 30 vestidos até encontrar a escolha ideal, mantendo o mistério sobre qual será sua roupa para o evento.

Ainda que as portas de Hollywood possam parecer sedutoras, a atriz reforça sua ligação com o Brasil. “Não penso em me mudar para Los Angeles para tentar uma carreira em Hollywood. Isso não existe. Mas existe a possibilidade de algum trabalho legal”, afirmou. Para ela, o reconhecimento internacional é motivo de orgulho, mas sua prioridade continua sendo os projetos no Brasil.

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