Filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA), o empresário Márcio Lobão foi solto na manhã deste sábado (14) após decisão do desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4).

Ele foi preso preventivamente pela Operação Lava Jato no Rio na última terça-feira (10), suspeito de praticar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Márcio foi preso porque, segundo os investigadores, ainda cometia crimes. O ex-senador também é investigado na Lava Jato. Pai e filho são suspeitos de terem recebido R$ 50 milhões em propina da Odebrecht e do Grupo Estre. As irregularidades, de acordo com a acusação, foram cometidas em negócios da Transpetro, subsidiária da Petrobras, e na construção da usina de Belo Monte, no Pará. 

Em seu despacho, o desembargador diz que “ao que parece, Márcio Lobão operacionalizava e efetuava o branqueamento das propinas destinas ao seu pai, Edison Lobão”. “Muito embora tudo indique que tenha realizado operação espúrias, não há elementos – neste momento – que indiquem uma participação mais intensa e com ingerência no seio de alguma organização criminosa”, assinalou o magistrado.

Para ser solto, Márcio teve de assumir o compromisso de pagar uma fiança de R$ 5 milhões, de não deixar o país e de não se comunicar com outros investigados no caso.

A defesa do filho do ex-senador afirma que, com a decisão de soltar o empresário, o TRF-4 reconheceu a ilegalidade da ordem de prisão “ao verificar a plena regularidade nas informações financeiras de Márcio Lobão”. “Nesta oportunidade, Marcio Lobão reconhece a imparcialidade do Poder Judiciário e confia que abusos serão prontamente corrigidos por questão de justiça”, acrescentam os advogados por meio de nota. Segundo eles, Márcio permanecerá à disposição das autoridades para demonstrar que nunca se envolveu em ilícitos e tem o seu patrimônio declarado de forma regular e absolutamente transparente.

Pelo MDB, Edison Lobão foi ministro de Minas e Energia dos ex-presidentes Lula e Dilma e chegou a presidir o Senado em 2001, quando era do então PFL, hoje DEM. (Congresso em Foco)

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