A morte de Rosimar Santos de Oliveira, de 44 anos, uma indígena da etnia Baré, em Barcelos, no Amazonas, mobilizou a Força Nacional de Segurança para o município nesta segunda-feira (6). Ela foi vítima de estupro coletivo e homicídio, supostamente praticados por quatro indígenas Yanomami. O caso gerou grande repercussão local e intensa pressão por respostas rápidas das autoridades.
O corpo de Rosimar foi encontrado em um matagal na sexta-feira (3), em circunstâncias que chocaram a população. A vítima retornava para casa após participar da posse do prefeito eleito, quando foi abordada e levada para um prédio abandonado conhecido como “Prédio da Oi”. Lá, ela teria sido brutalmente violentada e assassinada.
Vídeos compartilhados nas redes sociais sobre o ocorrido chocaram a população local, intensificando a pressão por respostas rápidas das autoridades. Lideranças locais e organizações de direitos humanos pedem uma investigação transparente e justiça para a vítima.
Repercussão do caso
A morte de Rosimar trouxe à tona tensões históricas entre comunidades indígenas e não indígenas na região. A tragédia levanta questões sobre a vulnerabilidade das mulheres indígenas e a necessidade de políticas públicas que garantam segurança, respeito e integração social.
Além disso, o evento evidenciou problemas relacionados ao consumo de álcool na região, que é proibido para os povos Yanomami. Relatos indicam que bebidas alcoólicas foram distribuídas durante a cerimônia de posse, o que teria contribuído para o desfecho trágico.
Investigações e ações das autoridades
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barcelos, instaurou um Inquérito Policial (IP) para apurar os crimes. Segundo a instituição, diligências estão em andamento para localizar os suspeitos, com apoio da Polícia Militar.
A presença da Força Nacional tem como objetivo reforçar a segurança no município e colaborar com a investigação. A Polícia Federal também pode assumir o caso devido à sua gravidade e ao envolvimento de indígenas Yanomami.
Em nota, a Associação Indígena de Barcelos (ASIBA) classificou o crime como “um episódio de extrema gravidade que necessita de total atenção das autoridades competentes”. A organização também destacou que a violência ocorreu em meio a um contexto de violação das normas locais, como o consumo de álcool pelos Yanomami.
Manifestação
Associação Indígena de Barcelos (ASIBA) promoveu, no último domingo (5), uma manifestação em memória de Rosimar, mulher indígena da etnia Baré, vítima de um crime brutal que abalou o município de Barcelos, no interior do Amazonas.
Rosimar foi encontrada morta na sexta-feira (3), em um prédio abandonado da cidade, apresentando sinais de espancamento e violência sexual. A Polícia Civil está investigando o caso, incluindo a possível participação de integrantes do povo indígena Yanomami. A tragédia gerou revolta e mobilizou a sociedade local em um clamor por justiça.
A manifestação, organizada pela ASIBA, reuniu associados, parceiros e a comunidade em geral em uma demonstração de solidariedade e protesto contra a violência e a impunidade.
Os participantes destacaram a importância de não deixar o caso cair no esquecimento e reforçaram a necessidade de garantir a segurança e a dignidade das comunidades indígenas. Além de homenagear Rosimar, o ato serviu como um alerta sobre os desafios enfrentados pelas mulheres indígenas em contextos de vulnerabilidade.