A Frente Parlamentar de Apoio à Santa Casa de Misericórdia e a Instituições e Entidades Filantrópicas na Área de Saúde, presidida pelo vereador Professor Samuel, decidiu ontem (22) na Câmara Municipal de Manaus (CMM), convidar a Equipe Gestora da Santa Casa para prestar informações aos vereadores sobre a atual situação do hospital centenário, hoje desativado e em ruínas, na próxima reunião, a ser realizada no dia 7 de outubro, às 9h, na Sala de Comissões do Poder Legislativo Municipal.

Durante a reunião, que contou com a presença dos vereadores Mário Frota (PSDB), Isaac Tayah (PSD), Marcel Alexandre (PMDB) e Joelson Silva (PHS), Professor Samuel explicou que essa comissão gestora da Santa Casa, nomeada pelo Ministério Público e integrada por Thiago Queiróz de Oliveira, Claudivan Afonso Osório de Carvalho e Alfredo José Souto, ficou de fazer todo o levantamento do que restou do hospital.

“Queremos esclarecimentos para entender como se encontra atualmente a Santa Casa, a propriedade, as dívidas trabalhistas e toda a problemática existente dentro da Santa Casa”, disse Professor Samuel, que também é autor da iniciativa que resultou na Frente Parlamentar. “Com essa frente buscamos uma saída, tentamos viabilizar de que forma podemos esclarecer a sociedade de como se encontra a Santa Casa e o que podemos fazer para que esse hospital possa abrir suas portas novamente”, afirmou.

Segundo Samuel, os atuais gestores provisórios estão prestes a completar um ano de trabalho. Sabe-se, de acordo com o vereador, que o trabalho foi realizado e que essa comissão buscou a desapropriação da Santa Casa para o Estado para que o Governo Estadual pudesse assumir ou fazer alguma coisa pela Santa Casa. “Entretanto a desapropriação não foi concretizada. Não existiu informação completa da situação”, disse o vereador, ao reafirmar que a Frente está em busca de uma resposta sobre o que é possível fazer. “Abrir como hospital do câncer, hospital geral, consultórios, mas abrir, de forma que a gente consiga olhar e ver funcionando um prédio centenário que foi marcante e que esteve 11 anos fechado”, completou.

Mário Frota diz também que não se conforma com a atual situação da Santa Casa de Misericórdia. Ele lembra que, em Belém, a Santa Casa estava em vias de falência e foi resgatada pelo ex-governador Almir Gabriel (PSDB), que conseguiu transformar o hospital em fundação. “Como fundação, o Estado pode injetar recursos e o hospital cresceu, fizeram até um hospital de criança. É um modelo”, sugeriu.

Referência

Construída no século 19 para atender a população mais necessitada, o local se tornou referência de atendimento na capital. Além do valor assistencial, a casa possui valor histórico e arquitetônico por ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Apesar da importância, atualmente a Santa Casa encontra-se em estado de abandono e sem previsão de receber atenção por parte do poder público.

A estrutura da Santa Casa contava com dois ambulatórios com 17 consultórios médicos e oftalmológicos; 202 leitos – distribuídos em apartamentos e enfermarias da área clínica, cirúrgica e de maternidade-; centro cirúrgico com cinco salas; UTI e áreas de apoio tradicionais como lavanderia, laboratórios, cozinha, banco de sangue e salas administrativas.

Artigo anteriorEm Cessão de Tempo, presidente da Federação Amazonense de Luta Olímpica reclama de cortes no Bolsa Atleta
Próximo artigoEscola de Contas integra o Sistema de Ensino do Amazonas e já pode oferecer pós-graduação