A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), reuniu médicos, enfermeiros, farmacêuticos e bioquímicos em um seminário de atualização sobre hanseníase. A atividade, realizada na manhã desta quarta-feira (25), no auditório da instituição, faz parte da programação do Janeiro Roxo, mês dedicado ao combate à doença. O seminário teve como palestrantes, alguns dos dermatologistas mais experientes e respeitados no Amazonas e fora do estado.
O médico Sinério Talhari, levou para a plateia um panorama geral da hanseníase. Foi uma aula sobre a evolução histórica da doença no mundo e de como ela foi tratada por governos ao longo da história, inclusive as abordagens políticas do assunto pela Organização Mundial da Saúde.
“Hanseníase é uma doença curável, tratável, o esquema que usamos hoje tem 95% de eficácia, a pessoa fica curada em seis meses a um ano. O micróbio que causa a hanseníase morre praticamente com uma semana de tratamento. Nós não temos problemas com (disponibilidade) de medicação. Mas, infelizmente, o diagnóstico é tardio”, afirma Talhari.
Aspectos clínicos
Sobre aspectos clínicos, tratamento e perspectivas atuais da hanseníase, a dermatologista Paula Franssinetti Bessa Rebello mostrou, entre outros itens, a diversidade dos tipos de hanseníase. Sua apresentação visual variada, bem como os tipos corretos da avaliação clínica que os profissionais de Saúde fazem do paciente dentro do consultório. Avaliação de que um seminário, como desta quarta-feira, na Fuham, impacta diretamente no trabalho dos enfermeiros, por exemplo. É como avalia a chefa do Departamento de Assistência Ambulatorial e Diagnóstico da Fuham, enfermeira Linéia Toscano.
“Quem suspeita de um possível diagnóstico são os nossos técnicos em enfermagem, técnicos em dermatologia que, a partir da sua suspeita, direciona para um médico, seja clínico ou dermatologista. Se a base estiver bem orientada e bem formada, é mais fácil termos o diagnóstico precoce de hanseníase”, avalia a enfermeira.
Mutirão dermatológico
No dia 28 de janeiro, próximo sábado, a Fuham realiza um mutirão dermatológico, quando vai mobilizar todo o corpo clínico para atender o maior número de pessoas. São esperados mais de quatrocentos atendimentos a serem realizados entre 7h e 15h. Esse tipo de ação é estratégico no combate à hanseníase.
A importância de mutirões como o do sábado (28), foi tema da palestra do dermatologista Helder Cavalcante, ex-diretor da Fuham. “É importante porque muitas pessoas estão com problemas de pele e essa é uma oportunidade de mostrar o seu problema e ser atendida por um especialista que vai diagnosticar o problema, determinar o tratamento correto sem ter a necessidade de marcar previamente e ficar aguardando para consulta”, avalia Cavalcante.
Participação do interior e Brasília
Via videoconferência, coordenações dos respectivos programas de Hanseníase de vários municípios do interior participaram do seminário em tempo real. Pela mesma ferramenta, a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro, fez uma rápida participação no seminário, direto de Brasília. “Que vocês possam fazer boas discussões, pensar, planejar, desenhar propostas de estratégias para os próximos anos”, falou Carmelita Ribeiro Filha.
Capacitação e Aperfeiçoamento
No discurso de abertura, o diretor-presidente da Fuham, médico dermatologista Carlos Chirano, afirmou que atividades como o seminário serão uma prioridade durante a gestão. Além da dotação de novos equipamentos, a formação profissional é essencial para o trabalho da instituição. “Esse seminário é apenas o começo. Nós vamos estruturar a instituição. Temos muita coisa para fazer. Precisamos melhorar mais a nossa expertise e disseminá-la em toda a rede de atenção básica, para que todo mundo tenha a capacidade de fazer um diagnóstico com precisão”, afirmou Chirano.